Um artigo publicado recentemente pela Bloomberg apontou que o Uruguai se tornou um refúgio para bilionários da América Latina e, para além disso, grandes empresas, como as big techs, estão escolhendo o país para sediar operações.
MercadoLibre, Nu Holdings e Globant, cujas avaliações combinadas ultrapassam US$ 150 bilhões, estão sediadas no Uruguai e transformaram o país em um centro de tecnologia da informação. Foi naquele país que a gigante Microsoft estabeleceu seu primeiro laboratório de inteligência artificial no hemisfério sul e onde o Google planeja construir seu segundo data center regional.
Em uma década, a indústria de TI mais do que duplicou sua participação na economia uruguaia, para 4% do PIB, e as exportações do setor representaram em torno de dois terços de US$ 2,8 bilhões em 2022. Dados apontam ainda que, casas de capital de risco e de private equity investiram cerca de US$ 526 milhões em 33 startups uruguaias entre 2020 e 2023.
O ecossistema tecnológico local está crescendo significativamente e as grandes empresas de tecnologia da América Latina estão todas contratando no Uruguai. A Globant, por exemplo, expandiu sua operação ao longo dos anos, de 250 para 1.200 pessoas em Montevidéu. No entanto, o país ainda não consegue atender a demanda de recursos humanos. O número de vagas supera o de pessoas em uma proporção de três para um.
Paralelo – Somente a cidade do Rio de Janeiro possui uma população duas vezes maior do que o Uruguai. Além das belezas naturais indescritíveis, o Rio é um intenso produtor do saber. Possui algumas das melhores universidades do País que abastece o mercado de profissionais altamente capacitados nas diversas áreas do conhecimento, inclusive, Tecnologia da Informação.
O Uruguai não se tornou um refúgio para big techs do dia para noite, foram décadas de programas e incentivos fiscais que tornaram o país um lugar viável para gigantes do mercado.
Por sua vez, o Rio de Janeiro possui toda a matéria-prima necessária para também ser o refúgio das grandes empresas de tecnologia. A sinergia em torno do desenvolvimento, ações propositivas que tenham no centro a simplificação tributária e criação de um ambiente cada vez mais cativante e seguro para o estabelecimento de pequenas e grandes empresas, alavancará ainda mais o ecossistema tecnológico do Rio para se consolidar como o porto seguro das Big Techs.