Uma comunicação bilionária

 comunicação quântica

O mercado de Comunicação Quântica pode atingir entre US$ 10,5 bilhões e US$ 14,9 bilhões até 2035, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 23% a 25%. Com aplicações em Telecomunicações e Finanças, o segmento vai brilhar mesmo na área de Defesa e, principalmente, com a crescente demanda por segurança cibernética. 

Na mesma medida que a Computação Quântica avança para substituir a criptografia tradicional (o que inclui o risco de a tecnologia ser usada também para invadir empresas e instituições governamentais), a Comunicação Quântica abre as portas para o sonho da “internet inviolável”, como aponta o estudo “Quantum Communication: Trends and Outlook”, publicado pela McKinsey & Company.

O estudo da McKinsey estima que o mercado de Comunicação Quântica movimentou entre US$ 900 milhões e US$ 1 bilhão em 2023 e projeta um crescimento explosivo até 2035. Atualmente, o setor de Comunicação Quântica está dividido em três grandes categorias:

  • Segurança Quântica: inclui soluções como Distribuição de Chaves Quânticas (QKD) e Criptografia Pós-Quântica (PQC), projetadas para proteger dados contra ataques futuros de computadores quânticos.
  • Redes Quânticas: envolve o desenvolvimento de infraestrutura para Internet Quântica global, interconexões modulares e redes regionais quânticas.
  • Serviços de Comunicação Quântica: Empresas e governos estão investindo em consultoria e suporte técnico para adoção de tecnologias quânticas.

Quando se olha para o outro lado do balcão, o setor governamental domina o mercado, representando 62% a 66% do consumo de tecnologias quânticas. Mas a participação do setor privado está crescendo rapidamente: Telecomunicações e Cibersegurança poderão alcançar de 16% a 26% do mercado até 2035.

Geograficamente, os Estados Unidos e a Europa lideram os investimentos. A McKinsey projeta que a América do Norte terá a maior participação em 2035 (32%), seguida pela Europa (24%) e China (16%).

Por falar em China, seria bom considerar que o país “come pelas beiradas”. o governo de Pequim considera a tecnologia quântica fundamental na competição global de Ciência e Tecnologia (C&T), por isso aumentou seus gastos com desenvolvimento científico e industrial para US$ 15 bilhões. Desde 2022, a China publica anualmente mais artigos de pesquisa relacionados à quântica do que qualquer outro país, inclusive os Estados Unidos. De acordo com o Mercator Institute for China Studies (MERICS), a China é líder em Comunicações Quânticas: ela possui a maior rede de Comunicação Quântica do mundo, com 12.000 quilômetros de extensão, que inclui dois satélites quânticos. 

Redes Quânticas: o caminho para a Internet inviolável?

A construção de uma Internet Quântica global permitiria a comunicação totalmente segura entre computadores quânticos. O relatório da McKinsey aponta três camadas principais dessa infraestrutura:

  • Redes Regionais Quânticas: já sendo implementadas em cidades como Londres e Chattanooga (EUA), permitindo a transferência segura de dados.
  • Interconexões Modulares: conectam diferentes nós de Computação Quântica para criar sistemas altamente escaláveis.
  • Internet Quântica Global: no futuro, redes quânticas globais poderiam permitir comunicações instantâneas e totalmente seguras via satélite.

A McKinsey estima que, se as barreiras tecnológicas forem superadas, o mercado de redes quânticas pode atingir entre US$ 2,1 bilhões e US$ 2,9 bilhões até 2035.

No Brasil, a Universidade Federal Fluminense (UFF) coordena a Rede Rio Quânticaprimeira rede de internet quântica do país. O foco é na segurança cibernética para garantir que o Brasil tenha uma rede com criptografia pós-quântica. A rede conecta por fibra óptica e laser a céu aberto cinco instituições de ensino e pesquisa no Rio de Janeiro e faz parte de um projeto maior de expansão da tecnologia no país, com o Laboratório de Tecnologias Quânticas do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). A iniciativa recebeu investimento de R$ 19 milhões para desenvolvimento de componentes nacionais. Integram a pesquisa a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que é vinculada ao MEC, e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Existe ainda a possibilidade de incorporar o Instituto Militar de Engenharia (IME) à rede.

Fonte: The Shift

Pesquise no TI RIO