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Protagonismo feminino – avança no empreendedorismo e tecnologia, mas desafios persistem

A presença feminina no ecossistema de startups e inovação está em crescimento, oferecendo oportunidades valiosas para mulheres no empreendedorismo e na tecnologia. Nunca houve um momento tão propício para discutir o papel feminino nesses setores.

Apesar do progresso, ainda existem barreiras significativas, especialmente quanto à escassez de mulheres em áreas como Tecnologia da Informação (TI) e deep techs, onde os homens continuam dominando. Essa é a avaliação de Claudia Wilson, CEO da BeezStudio e diretora do TI Rio.

A participação feminina em posições técnicas, como engenheiras e programadoras, ainda é insuficiente. Essas áreas tendem a concentrar-se em soluções voltadas para saúde e bem-estar, e a ausência de mulheres em setores técnicos impede a diversidade de ideias e soluções inovadoras. Além disso, as pressões sociais sobre a vida pessoal das mulheres, como expectativas sobre casamento e maternidade, permanecem como obstáculos, mesmo quando essas mulheres obtêm êxito profissional.

Claudia Wilson explica que o empreendedorismo feminino não é novo, mas seu reconhecimento é recente. “Historicamente, as mulheres sempre foram empreendedoras, muitas vezes para complementar a renda familiar. Contudo, o protagonismo só começou a ser valorizado quando o empreendedorismo passou a ser visto como uma atividade nobre”, afirmou.

Claudia também ressaltou que a inovação está profundamente conectada à criatividade que as mulheres demonstram no cotidiano, seja no trabalho ou na vida doméstica, desempenhando um papel vital na solução de problemas e no avanço tecnológico.

Outro ponto de destacado foi a capacidade intrínseca das mulheres de inovar, conectar ideias e construir soluções. Claudia observou que essa habilidade se manifesta tanto nas atividades do dia a dia quanto no ambiente empresarial. Um exemplo emblemático dessa contribuição feminina para a tecnologia é Ada Lovelace, matemática e escritora inglesa, considerada a criadora do primeiro algoritmo de programação.

“Se pesquisarmos rapidamente sobre mulheres na tecnologia, veremos o impacto significativo de suas inovações. As mulheres são, de fato, as ‘deusas da tecnologia'”, afirmou Claudia com humor, reforçando o papel crucial das mulheres no desenvolvimento tecnológico global.

Embora o avanço feminino no empreendedorismo e na tecnologia seja visível, ainda há um longo percurso para alcançar a equidade de gênero. O protagonismo feminino precisa continuar crescendo, especialmente em posições de liderança e em áreas técnicas, garantindo um futuro mais inclusivo e diverso nesses setores.

“É urgente inspirar e capacitar mais mulheres a ocuparem esses espaços de decisão”, pontuou Renata Haje.

A discussão sobre o papel das mulheres no empreendedorismo e na tecnologia continua, mas o reconhecimento e a ampliação desse protagonismo são cruciais para garantir inovação sustentável e inclusiva nos próximos anos.

As declarações de Claudia Wilson foram proferidas durante o Senac Rio Summit 2024, onde especialistas se reuniram para discutir a importância e os desafios do protagonismo feminino nos setores de empreendedorismo e tecnologia.

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