As empresas de TI do Rio de Janeiro estão se adaptando para enfrentar a crise provocada pela pandemia Covid 19. No entanto, enfrentam dificuldades na obtenção de recursos junto ao sistema bancário; no recebimento de valores dos clientes e para pagamento de impostos, principalmente os federais. Essas são constatações de uma sondagem realizada pelo TI Rio, o Sindicato das Empresas de Informática do Estado, entre os dias 25 e 28 de março, num universo de 120 empresas do setor. Outro dado relevante foi a adesão de 100% delas ao isolamento social.
Para implementação dessa medida 119 adotaram o sistema de home office e apenas uma optou pelas férias coletivas. A principal dificuldade encontrada por 36% foi em relação à disponibilidade de Internet nas residências dos funcionários. Seguida pela questão do controle de jornada (28%) e o contato com os clientes (26%).
No caso da relação com os clientes foi constatado um mix de meios como formas de contato. O e-mail é o recurso adotado por 88,5%; 84% o telefone; 67% o WhatsApp; 64% vídeo ou teleconferência e 8% outros meios, como Hangout, Google Drive, VPN, Cloud da Amazon e Zoom.
Com relação às relações trabalhistas, o Teletrabalho (home office) foi adotado por 99% das empresas. Apenas uma delas (0,8%) optou pelas férias coletivas. Outros recursos adotados foram o banco de horas por 15%; horários alternados por 10% e medidas como demissão, antecipação de férias, redução de jornada e salários, entre outras, por 26%.
Dificuldade de obter recursos financeiros junto ao sistema bancário foi indicada por 48% das empresas. Para receber pagamentos dos clientes por 57% e, para pagamento de impostos, 46% indicaram os federais e 18% os municipais.
Entre as empresas que responderam à sondagem, 57% foram desenvolvedoras de sistemas, 10% consultorias de TI; 8% comercializadoras de software; 7% da área de suporte e 18% foram agrupadas como “outros”. Quanto ao porte, 57% têm entre onze e 99 empregados; 29,5% até dez; 3% entre cem e 199 e 9,84, mais de 200.
O presidente do TI Rio, Benito Paret, disse que na segunda quinzena de abril a entidade fará nova sondagem. “Nessa primeira tivemos um retrato do impacto das medidas adotadas. Na próxima já conseguiremos aferir resultados mais aprofundados. Muito provavelmente questões relacionadas às finanças, como pagamentos, recebimentos, rotatividade de clientes, devem surgir com força.”