No primeiro ano da medida de desoneração da folha de pagamento para o setor de TI – parte do plano Brasil Maior TI, que garante a redução da alíquota do INSS de 20% para 2,5% – a indústria de TI tem se beneficiado, mas segundo a Abradisti, a medida tem preocupado alguns distribuidores de TI e revendas, que ainda não foram impactados pela medida.
A explicação de Marcos Coimbra, diretor da instituição, é que a nova lei, deixa dúvidas na interpretação para as empresas que distribuem tecnologia, e que não têm visto benefícios. “A medida, no entendimento do segmento, não enquadra os setores de distribuição de produtos de TI, e por esse motivo não causou nenhuma mudança ou impacto no segmento”, e explicou que as empresas têm faturamento maior que as prestadoras de serviços, e por isso mais despesas. “Isso ocorre porque a taxa da desoneração de 2,5% é deduzida do faturamento bruto da empresa, enquanto a anterior tinha dedução de 20% do INSS e, via de regra, neste tipo de atividade, o percentual da folha de pagamento é muito pequeno em comparação com o faturamento bruto total”, justifica.
A afirmação confirma a estimativa da Confirp, de que apenas as grandes empresas podem ser beneficiadas, pois a vantagem é para empresas com custo superior a 10% na folha de pagamento, e que detém grande volume de funcionários, como a maioria das grandes empresas de TI.
Entretanto, o gestor ressalta que para outros ramos da área de tecnologia a medida tem sido benéfica. “O setor de TI calcula multiplicar por 10 as exportações até 2020, chegando, portanto a R$ 20 bilhões”, afirma, e diz que isso é possível por causa do equilíbrio no setor, gerado pelo baixo custo da mão de obra, “possibilitando às empresas aumentar o quadro de funcionários e ampliar os investimentos em tecnologia e produção”, ressalta.
A associação afirma que a expectativa é a geração de cerca de 750 mil novos empregos, e segundo a Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), isso pode ser justificado porque o modelo barateia o custo da mão de obra e aumenta a formalização do trabalho, que era uma das principais queixas de profissionais do setor no País – muitos contratados como terceirizados ou freelancers. “O impacto também é significante na vida individual do trabalhador assalariado ou freelancer do ramo de TI, pois é um estímulo para alavancar a profissão e causar interesse em jovens estudantes da área para estabilidade na carreira”, afirma Coimbra.
A estimativa da Abes (Associação Brasileira de Empresas de Software) é que o setor cresça dois dígitos em 2013, e tenha uma participação de 8% no PIB (Produto Interno Bruto) em 2020.
Site: IPnews
Data: 09/07/2013
Hora: 00h00
Seção: Política
Autor: Mayra Feitosa
Link: http://www.ipnews.com.br/telefoniaip/index.php/politica/categorias-de-politica/consulta-publica/27371-setor-de-distribuicao-de-tecnologia-nao-ve-impactos-com-desoneracao-do-setor-de-ti.html