Benito Paret
Vivemos momentos difíceis, com recessão econômica e conflitos políticos entre os poderes constituídos, desde os municípios até a União. Esta crise tem gerado um desânimo geral e, principalmente, uma falta de confiança no futuro.
As altas taxas de juros e o desastroso desempenho da economia, com elevada inflação, provocam índices crescente de desemprego. A corrupção deslavada em todas as esferas e a desordem orçamentária têm gerado um profundo descrédito da população em suas instituições. A gestão pública se paralisa pelo receito de seus gestores de se serem comprometidos ou questionado, agora e no futuro, sobre suas decisões.
Recente relatório do Banco Mundial que mede a facilidade de fazer negócios, num ranking entre 189 países, nos coloca na 116º posição. Comparando-nos com o Brics, apenas pior do que a Índia, que esta na 130ª. Comparando na América Latina; o México, na 38ª; o Peru, na 50ª e a Colômbia em 54ª; estão muito bem posicionados.
Não há dúvida de que cabe à sociedade organizada reagir e exigir medidas concretas que viabilizem a retomada do crescimento. Pouco podemos fazer com a crise das commodities, que têm sido nos últimos anos a sustentáculo de nossa economia, mas podemos simplificar a criação de empresas, votas a Lei da terceirização que se arrasta por anos no Congresso Nacional, definir uma legislação sobre o teletrabalho facilitar a criação de mecanismos de cooperativas de garantia mutua que gerem confiança de concessão de crédito, e investir em educação e no desenvolvimento tecnológico. Enfim, temos que encontrar formas de reagir!
Existe consenso de que melhorar nossas taxas de produtividade é pré-requisito para ganhar competitividade num mundo cada vez mais globalizado e interdependente. E, para isto, é necessário incentivar o desenvolvimento dos empreendimentos de Tecnologia da Informação (TI), apoiando as empresas nacionais através de incentivo nas compras públicas e mecanismos de crédito acessíveis, principalmente para as pequenas empresas.
Apesar do crescimento geral do desemprego, o saldo de postos de trabalho no setor de TI, computados até o mês de agosto, é ligeiramente positivo em 1,5%. NO sudeste – ajudado pelos resultados paulitas (5,3% positivos), que compensaram as perdas no Rio (-9,7%) e Minas (-6,2%) – a situação, embora por sinalizar uma tendência negativa, serve de alerta pela oportunidade que estamos perdendo de investir numa recuperação mais consistente e competitiva, que o uso das ferramentas provenientes do domínio na convergência digital possibilitaria.
Aguardamos que o novo ministro da Ciência e Tecnologia e Inovação convoque os segmentos representativos de nosso setor para encontrar novas criativas soluções, parta que possamos reagir como o momento exige.
Benito Paret é presidente do Sindicato das Empresas de Informática do Rio de Janeiro.
Fonte: Jornal O Globo
Caderno: Opinião
Autor: Benito Paret
Data: 16/11/2015
Página: 13