<
O fundador e CEO do Facebook vem batendo nesta tecla desde fevereiro, quando se dirigiu publicamente pela primeira vez às operadoras de serviços de telecomunicações no Mobile World Congress (MWC). Este semana, voltou a defender a ideia em um editorial publicado segunda-feira no The Wall Street Journal, no qual apresenta sua visão para um futuro de acesso universal à Internet, e os passos necessários para se chegar lá.
Atualmente, apenas um terço do mundo está conectado, disse ele, com o resto sem acesso devido a questões como custos elevados ou falta de infraestrutura. Para 90 por cento da população do mundo, o problema não é a falta de uma rede, mas de planos de dadosacessíveis. Parte da solução está na prestação de serviços básicos da Internet de graça, que podem encorajar mais pessoas a obterem um plano de dados, disse ele.
Zuckerberg espera fornecer o acesso livre e de baixo custo à Internet a mais partes do mundo através Internet.org, um esforço colaborativo lançado no ano passado com operadoras como a Globo e Tigo.
O Facebook tem procurado crescer para além de sua fundação como um site de rede social pure-play para se tornar um provedor de serviços de Internet ambicioso, utilizando ferramentas que para alguns podem beirar a ficção científica. Drones aéreos não tripulados, satélites e raios laser já estão em fase de desenvolvimento e podem se tornar plataformas para o fornecimento dos serviços da empresa no futuro, resolvendo a questão de falta de infraestrutura.
Já em relação aos planos de dados acessíveis, Zuckerberg acredita ser possível a oferta de serviços gratuitos, como já acontece hoje na telefonia. “Qualquer pessoa pode ligar para o 911 para chamar a atenção médica ou denunciar um crime, mesmo que não tenha pago por um plano de serviços de telefonia”, disse Zuckerberg. “No futuro, todos devem ter acesso aos serviços básicos de Internet, bem como, mesmo que não tenha pago por um plano de dados”, disse ele.
Zuckerberg não especificou no artigo do WSJ que serviços básicos da Internet especificamente o pr’oprio Facebook ou as operadoras poderiam priorizar. Mas disse que o acesso a ferramentas online ajuda as pessoas a fazerem o seu trabalho melhor, o que por sua vez ajuda a criar mais empregos, negócios e oportunidades. “A Internet é a base desta economia”, disse ele.
Algumas operadoras envolvidas na Internet.org, como Globo, já começaram a fornecer acesso a próprio Facebook para usuários de smartphones que não tenham contratado planos de dados. E, o Facebook disse recentemente que estava trabalhando na melhoria do acesso móvel a seu próprio serviço em países em desenvolvimento na África.
No Brasil, o aceso à rede social é gratuito para clientes da Claro, da tim e da Oi, em ofertas promocionais de planos de voz. Uma prática contestada por alguns defensores do princípio de neutralidade de rede e que, após a aprovação do Marco Civil da Internet, passe a ser considerada ilegal. Não é esse o entendimento da Anatel, que considera a prática legítima e legal, por não envolver priorização de tráfego.
Site: IDG Now
Data: 08/07/2014
Hora: 11h48
Seção: Rede Social
Autor: ——
Link: http://idgnow.com.br/internet/2014/07/08/para-zuckerberg-a-internet-basica-deve-ser-universal-como-o-911/