Durante o Futurecom 2014, as operadoras de telecomunicações indicaram que o Marco Civil pode restringir o uso do Big Data – particularmente com a crescente preocupação com a privacidade dos usuários. “O texto [do Marco Civil da Internet] não representa o melhor para os envolvidos. Temos o desafio de combinar o uso dos aplicativos com o novo marco legal”, disse o presidente da Telefônica/Vivo, Antonio Carlos Valente.
Além de reforçar a proteção à privacidade, a Lei 12.965/14 também exige que as operadoras sejam muito transparentes no uso de informações coletadas – de forma que amarra essa utilização em questões que precisam ser previamente estabelecidas.
Segundo o presidente da TIM, Rodrigo Abreu, os fortes embates, particularmente no terreno da neutralidade de rede, poluíram a discussão de forma prejudicial a visão de longo prazo desejada na legislação. Ele sustentou, no entanto, que ainda é possível maior flexibilidade na regulamentação.
“No caso da neutralidade de rede, houve uma discussão muito intensa, e as analogias foram usadas das mais variadas maneiras para defender uma conclusão ou outra. No fim, o compromisso poderia ser mais longevo, mas acabou não fechando a porta para o que ainda pode ser verificado no dia a dia.”
Daí ter defendido que a regulamentação “não repita o passado, como na LGT, que tratou basicamente de ‘cobre’ e ‘voz’, para não termos o impacto não desejado de regulamentação feita sem visão de mais longo prazo. Regulação muito prescritiva pode ter validade curta”, afirmou.
Consumo interno
Restrições à parte, as operadoras sinalizam que uma primeira etapa na utilização da análise de Big Data é de consumo interno – usar as informações para otimizar custos, investimentos e o relacionamento com os clientes. “É curioso que nossa indústria, até pouquíssimo tempo atrás, mesmo com tanto volume de dados que passam nas nossas redes, conhecíamos tão pouco os usuários”, ressaltou Abreu.
“Pensando em termos de rede, em termos de atendimento ao cliente, são muito importantes os benefícios dessa nova tecnologia. Nos investimentos, o conjunto de informações agregadas vai permitir que o Capex seja melhor definido, priorizado e implementado”, emendou Antonio Carlos Valente.
Site: Convergência Digital
Data: 14/10/10
Hora: 15h43
Seção: Futurecom 2014
Autor: Luís Osvaldo Grossmann
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=38124&sid=80#.VD2LkPldV2E