Pandemia mostra importância da TI para sociedade, mas ainda falta vontade política com o setor, diz Benito Paret

O presidente do TI Rio, Benito Paret, lamentou a falta de vontade política das diferentes instâncias governamentais ao longo do tempo para dotar o país e particularmente o setor da Tecnologia da Informação de condições de competitividade. Segundo disse durante debate no XII painel online do Fórum de Desenvolvimento Econômico do RJ, realizado nesta terça-feira, dia 26, a pandemia tem deixado evidente o quanto é o setor é primordial para a sociedade.

“Não estamos falando nem no uso da TI como lazer, que também é fundamental, mas para salvar vidas, para manter a sociedade em funcionamento. Para podermos desenvolver qualquer ação. Sem a TI não há viabilidade.” No entanto, diz, não há apoios em questões como a destinação de crédito, na ordenação tributária ou no investimento em pesquisa, por exemplo. “Aqui no Rio estamos buscando junto à Prefeitura prazos estendidos para as empresas recolherem o ISS (Imposto Sobre Serviços), mas ainda não tivemos uma resposta positiva. 

Benito lembrou como exemplo que há uma década o setor reivindica a redução do ISS para se igualar com outras cidades e melhorar a competitividade, mas não tem sucesso. Sobre o acesso ao crédito, disse que as empresas do setor de serviços em geral não têm ativos para oferecerem como garantia, com isso têm mais dificuldades para obtenção de recursos nos bancos. Dessa forma, há limitação de recursos e sobe a inadimplência, inclusive a tributária. “É um risco muito sério para a sobrevivência dos negócios. Estamos tentando a postergação dos prazos de recolhimento para aliviar os caixas.”

O presidente do TI Rio afirmou ainda que os governos não investem em infraestrutura de TI no estado. Lembrou que há anos existem projetos para transformar a inteligência concentrada nas empresas e universidades cariocas em ativo econômico, mas que, sem apoio público, eles não se viabilizam. “A Avenida Rio Branco, que concentra as empresas do setor na cidade, poderia ser um grande centro da TI nacional, com redes de alta velocidade, por exemplo, mas os governantes não entendem o que isso significaria.” 

Benito ressaltou o esforço das empresas, revelada nas sondagens que o TI Rio tem feito, para preservação dos empregos, mesmo sofrendo com a inadimplência dos clientes. “Constatamos entre a primeira e a segunda sondagem o aumento dos atrasos nos recebimentos, assim como a redução na quantidade de serviços contratados, inclusive com a revisão de acordos. Nitidamente os clientes também estão revendo suas prioridades e sacrificando projetos de TI que podem ser adiados. Mesmo assim as nossas empresas têm preservado os empregos.”

O Forum foi mediado pela jornalista Geiza Rocha e organizado pela secretária-geral do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro Geiza Rocha, e transmitido ao vivo pelo Youtube.

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