Benito Paret
No discurso após o seu triunfo, a presidenta Dilma reafirmou o que já tinha se comprometido em outras oportunidades, quanto à prioridade de investir em inovação. Na sua fala, ela novamente se referiu “…O Brasil cada vez é mais voltado para a educação, para a cultura, para a ciência e para a inovação. Vamos nos dar as mãos e avançar nesta caminhada que vai nos ajudar a construir o presente e o futuro”
A caminhada da inovação se iniciou nos anos 50, com os primeiros parques tecnológicos como promotores de empreendimentos inovadores industriais e de serviços de base científico-tecnológica.
Existem aproximadamente 1.500 parques no mundo e o Brasil tem em torno de 70, sendo que 10% podem ser considerados de nível internacional, com a presença de instituições de ensino, incubadoras de negócios, centros de pesquisa, laboratórios e grandes empresas.
De acordo com um estudo da Anprotec de 2011 o Brasil tinha 384 incubadoras em operação, com 2.640 empresas, gerando 16.394 postos de trabalho, tendo graduado 2.509 empreendimentos, faturando R$ 4,1 bilhões e empregando 29.205 pessoas. Verificou ainda que 98% das empresas eram inovadoras, e mais de 60% eram de TIC.
Incubadoras e parques tecnológicos são os principais promotores de empreendimentos inovadores, oferecem infraestrutura, orientam a gestão dos negócios e sua competitividade. Comparando nossos números com outros países é difícil imaginar que tenhamos perspectivas de competição num mundo cada vez mais demandante de novidades.
A inovação pode ser do processo, organizacional ou de marketing, e não ocorre apenas nos processos finais, mas em todo e qualquer ponto da organização. Não é apenas fazer coisas diferentes, mas, também, fazer as mesmas coisas de formas diferentes.
As ações de motivação, educação e financiamento são fundamentais para incentivar os processos inovadores.
Vale destacar dentre as atividades motivadoras o Prêmio Finep de Inovação, desde 1998, realizado nas cinco regiões do país, e o Prêmio Nacional de Inovação, criado em 2006, iniciativa da Mobilização Empresarial da Inovação (MEI), e realizado pela Confederação Nacional da Indústria.
Ressalta-se também o Programa do Sebrae de Agentes Locais de Inovação, executado em diversos Estados e que apoia ao redor de 45 mil empresas.
No esforço de educação, o SebraeTec, iniciativa do Sebrae, é um programa para MPEs com acesso aos serviços de especialistas em inovação e tecnologia melhorarem sua competitividade. O investimento é subsidiado pela entidade e, este ano, deve atender 30 mil empresas. O Pronatec, parceria com sistemas S, atua na formação e qualificação profissional.
Desde 2011, o BNDES e a Finep participam do Inova Empresa, com o objetivo de fomentar projetos de apoio à inovação em setores considerados estratégicos pelo governo. Em março de 2013, foram anunciados investimentos de R$32,9 bilhões integrando as ações dos diversos ministérios e coordenando as fontes de recursos.
A transformação que a “Internet das coisas” terá nos processos produtivos, alterando as relações na sociedade, exigem esforços importantes, mas, até o momento, insuficientes, para promover a revolução inovadora necessária para competir na economia globalizada. Esperamos muito mais do novo governo que se inicia.
Benito Paret
Presidente do Sindicato das Empresas de Informática do Estado do Rio de Janeiro
Jornal: Brasil Econômico
Data: 12/11/2014
Caderno: Opinião
Autor: Benito Paret
Página: 30