Lançamento de “Ciatinha na Pequena África” Une Tecnologia e Cultura Afro-Brasileira
20 de fev de 2025
Em meados de fevereiro, o Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB) foi o cenário do lançamento do jogo “Ciatinha na Pequena África“, uma iniciativa que celebra a rica herança cultural afro-brasileira por meio da interatividade e da tecnologia. O evento destacou a importância da aliança entre inovação tecnológica e a valorização da cultura, proporcionando uma nova forma de conhecer e vivenciar a história do samba e da resistência negra no Brasil.
Gracy Mary Moreira, bisneta de Tia Ciata e presidente da Casa de Tia Ciata, foi uma das vozes mais impactantes do evento. Ela enfatizou a relevância do jogo para a preservação da história cultural carioca.
“O Ciatinha traz uma forma sucinta e objetiva de contar quem foi Tia Ciata e o que ela representa para a nossa Pequena África e para o mundo”, afirmou Gracy.
Ela ressaltou que o jogo não apenas entretem, mas também educa, incentivando as pessoas a refletirem sobre suas raízes culturais e promovendo um entendimento mais profundo da história do samba e da resistência negra.
A narrativa do jogo é rica e envolvente. “Ciatinha na Pequena África” transporta os jogadores para a Gamboa dos anos 1900, onde a protagonista, Ciatinha, embarca em uma jornada para desvendar o mistério por trás de seu nome. Durante a aventura, os jogadores têm a oportunidade de interagir com figuras históricas, como as baianas Tia Ciata e Tia Sadata, mergulhando nos bastidores da cultura afro-brasileira e na essência do samba. A Casa de Tia Ciata, um espaço cultural dedicado à preservação da memória de Tia Ciata, desempenhou um papel crucial na pesquisa e desenvolvimento do jogo, garantindo que a representação da história fosse autêntica e respeitosa.
A importância do jogo vai além do entretenimento; ele é uma ferramenta educativa que utiliza a ludicidade como um meio de transmitir conhecimento. Sinara Rubia, diretora do MUHCAB, destacou que a ludicidade é uma forma ancestral africana de ensinar e transmitir saberes. “Esse jogo é uma forma de cumprir o dever de contar a história da Pequena África e de Tia Ciata, utilizando valores de ludicidade que são fundamentais nas culturas africanas”, disse Sinara. Essa abordagem não apenas engaja os jogadores, mas também os convida a refletir sobre sua identidade cultural.
A Prysma Solutions, empresa sediada em Paulo de Frontin e faz parte da base do TI Rio, participou da elaboração do jogo. Jean Manhães, CEO da Prysma, expressou seu orgulho ao ver o projeto ganhar vida após um ano de trabalho intenso, pesquisa e dedicação. “A equipe da Prysma se comprometeu a criar uma experiência imersiva respeitando a rica herança cultural que o jogo representa”, afirmou Jean.
O professor Rodney, que foi pró-reitor do IFRJ e atualmente é diretor-geral do campus São João de Meriti, fundou a primeira faculdade pública de games do Brasil enquanto estava à frente da unidade. Ele também ajudou a estabelecer a primeira incubadora de games do país, o Silício Fluminense. Em sua fala, Rodney enfatizou o legado que iniciativas como essa podem deixar, ressaltando a importância de articular a produção cultural com a educação e a tecnologia. Ele reconheceu que o projeto “Ciatinha na Pequena África” é um exemplo de como é possível unir diferentes áreas para criar algo significativo.
Ricardo Kniep, diretor-geral do IFRJ, também comentou sobre a importância desse projeto, ressaltando como a incubadora Silício Fluminense apoiou a criação da Prysma e a transformação de ideias em realidade. Ele destacou que a colaboração entre estudantes e instituições é fundamental para o desenvolvimento de projetos inovadores que unem tecnologia e cultura.
O Estado do Rio de Janeiro demonstra uma efervescência tecnológica crescente e mostra sua vocação para a tecnologia em diversos segmentos, especialmente no desenvolvimento de games. O mercado de games é um setor da economia criativa que cresceu significativamente nos últimos anos, com a região Sudeste concentrando mais de 55% das empresas de games do Brasil. O Rio de Janeiro se destaca como um dos principais desenvolvedores de games do país.
O mercado mobile é o maior segmento de games no Brasil, seguido por consoles e PCs. A cultura brasileira influencia diretamente a forma como os jogos são desenvolvidos, resultando em uma produção que reflete a diversidade e a riqueza cultural do país. Em 2022, a categoria movimentou US$ 2,7 bilhões, e a previsão é que chegue a US$ 3,5 bilhões até 2025. Os jogos digitais tornaram-se uma das formas mais populares de entretenimento no Brasil. A Pesquisa Game Brasil 2024, desenvolvida pelo Sioux Group e Go Gamers, em parceria com a Blend New Research e a ESPM, indica que 73,9% dos brasileiros têm o costume de jogar jogos eletrônicos, um crescimento de 3,8 pontos percentuais em relação ao ano anterior. Atualmente, os dispositivos preferidos para jogar são os smartphones, usados por 48,8% da população, seguidos por consoles de videogame e computadores.
“O TI Rio acredita nas empresas do Rio de Janeiro e apoia iniciativas como a da Prysma, que demonstra sua capacidade de inovação e excelência no setor de tecnologia. O TI Rio tem orgulho de apoiar empresas de TI, oferecendo suporte e oportunidades para que desenvolvam seus negócios, ampliem sua atuação no mercado e alcancem novos patamares de sucesso”, afirmou o presidente do TI Rio, Alberto Blois.
O jogo “Ciatinha na Pequena África” está disponível para dispositivos Android na PlayStore, convidando todos a embarcarem nessa jornada única pela história e cultura afro-brasileira. Com uma proposta inovadora e educativa, o game promete não só entreter, mas também educar e inspirar novos aprendizados sobre a rica herança cultural do Brasil.