Informalidade – coluna Nelson Vasconcelos

Existem no país cerca de três mil lan houses. No seu ritmo de alta rotatividade, atendem mais de 20 milhões de pessoas por trimestre, segundo o Ibope. E o número é crescente — tanto que esse tipo de estabelecimento é considerado fundamental para a chamada inclusão digital, não só no Brasil, como em muitos outros países. Sua importância, no entanto, não impede que as lans estejam, frequentemente, na informalidade.

Aqui no Rio, por exemplo, nada menos que metade das lan houses de Copacabana, Centro e Rocinha está nessa situação. É o que garante uma pesquisa realizada pela Riosoft e pelo Sebrae/RJ no fim do ano passado, que está sendo divulgada esta semana.

Para Benito Paret, presidente do Sindicato das Empresas de Informática do Rio de Janeiro (Seprorj), os altos impostos estão assustando os pequenos empresários do setor — o que os faz buscar, digamos assim, caminhos alternativos. A queixa é antiga, claro, e nada mostra que a situação vá ser muito diferente. Quem está certo nessa história? — Essa é a forma que os empreendedores encontram para sobreviver e gerar renda. Um melhor entendimento do setor público evitaria essa situação, os traria para a legalidade e elevaria a arrecadação dos governos — diz Paret.

Os números também mostram que 66,2% das lan houses da região pesquisada têm até três anos de atividade. Já os ganhos anuais de 73,3% do total chegam a cem salários mínimos, enquanto o salário médio dos seus funcionários fica em R$ 517.

Acesso à rede e a games e impressão/gravação de CDs ou DVDs são os principais serviços requisitados.

Jornal: O Globo
Data: 26/01/2010
Caderno: Economia
Seção: Conexão Global
Autor: Nelson Vasconcelos
Página: 26

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