IA: Fatores que diferenciam empresas bem-sucedidas

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Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e da consultoria McKinsey realizaram um levantamento que revela como algumas empresas se destacam na utilização da inteligência artificial (IA) em suas operações. Em 2021, a equipe questionou mais de 100 empresas sobre suas abordagens em relação à IA. Dois anos depois, um novo estudo foi conduzido para avaliar as mudanças e entender o que distingue as companhias bem-sucedidas na implementação de tecnologias de IA.

Em artigo publicado na Harvard Business Review, os pesquisadores Bruce Lawler, Vijay D’Silva e Vivek Arora analisam a evolução do cenário. Eles constataram que, entre 2021 e 2023, a disparidade entre as empresas líderes — que representam os 25% de maior desempenho — e as demais se ampliou. Um dos motivos para essa situação é que as empresas líderes estão desenvolvendo capacidades diferenciadas que, ao longo do tempo, resultam em efeitos cumulativos e ampliam ainda mais sua vantagem competitiva.

Os especialistas observaram que, apesar do uso generalizado da IA em diversos setores, as empresas que se destacam são mais eficientes na identificação e implementação de casos de uso com resultados positivos e riscos menores. Além disso, notaram que o tempo de retorno sobre os investimentos em IA encurtou consideravelmente. Em 2023, o retorno para todas as empresas analisadas variou de seis a 12 meses, enquanto, em 2021, essa marca era alcançada apenas pelas líderes, com as empresas retardatárias enfrentando um período de 18 a 24 meses.

Após as pesquisas, os especialistas identificaram quatro fatores que diferenciam as empresas bem-sucedidas com IA das demais.

O primeiro fator é o **apoio executivo**. Mais de 75% das empresas líderes em IA contaram com a participação de executivos de alto nível na formulação de estratégias para a tecnologia. Um exemplo destacado é o de uma fabricante industrial que enfrentou dificuldades em um projeto inicial. Com a reorientação e o patrocínio adequado em sua segunda tentativa, o projeto se tornou uma subsidiária bem-sucedida.

O segundo fator é a **rede de parceiros**. Quase 90% dos líderes relataram usar recursos internos para desenvolver soluções de IA, mas dois terços também buscaram apoio de parceiros externos para fechar lacunas de especialização. Em 2023, a estratégia de parcerias mudou, com um foco maior em consultores e fornecedores, em comparação com o uso anterior de instituições acadêmicas e startups.

A **colaboração entre departamentos** se mostra como o terceiro fator. Empresas bem-sucedidas estabeleceram comunicação eficiente entre equipes de TI e operações, criando centros de excelência compostos por profissionais de ciência de dados. Essas organizações internas garantem a padronização de processos e a execução eficiente de projetos de IA, abordando questões cruciais como cibersegurança e conformidade.

Por fim, a liderança em **gestão de dados** se apresenta como um elemento fundamental. As empresas que se destacam investem em sistemas que asseguram dados precisos e organizados, documentando informações relevantes, como medições de processos e taxas de produção. Esses cuidados com a gestão de dados são em grande parte responsáveis pelo sucesso de suas iniciativas com IA.

Esses fatores revelam que a implementação eficaz da inteligência artificial é um esforço conjunto, que envolve comprometimento em vários níveis e a construção de um ecossistema colaborativo.

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