Excesso de sistemas de tecnologia, ou de sistema de regulação, dificulta o acesso da população aos hospitais, sobretudo os federais. O alerta é de Franklin Monteiro, consultor em gestão da saúde e ex-secretário de saúde de Nilópolis, que apresentou a palestra O Papel da TI na Regulação de Serviços em Saúde, durante o Rio Info. O sistema de regulação é responsável pela marcação de consultas, exames e cirurgias dos pacientes que estão na fila de espera para serem atendidos.
Monteiro exemplificou o problema. Segundo ele, no Rio de Janeiro, operam dois sistemas: o Sisreg – disponibilizado pelo Datasus aos municípios brasileiros desde 1999 – e o Sistema Estadual de Regulação, criado pelo governo do estado em 2009. Na capital, o Sisreg é utilizado pela prefeitura do Rio e o SER é utilizado pelo Estado em oito polos regionais e um polo central. O Rio de Janeiro conta ainda com a Central de Marcação de Exames e, mais recentemente, com o Reuni-RJ, a partir do Centro Integrado de Comando e Controle.
“O ideal é que se criasse um comitê para o desenvolvimento de ferramentas de integração das soluções federal, estadual e municipal. O Sisreg é usado pela capital e por alguns municípios do interior. Mas, caso os municípios queiram interagir entre si, têm que usar o Sistema Estadual de Regulação”, criticou Monteiro. Ele diz que a população da baixada é particularmente afetada, pois não consegue acesso aos hospitais federais presentes na capital.
“Faltam recursos, mas a TI, com gestão, poderia ter papel primordial no aumento da eficiência do Sistema Único de Saúde”, defendeu Monteiro. Em julho de 2015, foram realizados na rede do SUS do estado, 1,2 milhão de atendimentos, cinco milhões de consultas, seis mil exames, 1,6 milhão de tratamentos, 60 mil internações e 18 mil cirurgias. “O SUS é o maior plano de saúde, existem várias experiências de sucesso no Estado e no Brasil, mas é necessário o aprimoramento das ferramentas de Gestão”. Entre os benefícios da informatização está o de evitar deslocamentos, confirmação de marcação de exames e consultas, recebimento de resultados e monitoramento remoto de exames”, recomenda.
Moacir Perche, coordenador geral de projetos estratégicos do Datasus, informou que o Sisreg é, hoje, utilizado por 2,3 mil municípios brasileiros. Uma nova arquitetura está em desenvolvimento interno e irá, segundo ele, tratar da questão dos sistemas diferentes. A ideia é ter serviços que integrem os distintos sistemas de regulação, como o do Rio de Janeiro ao Sisreg, para simplificar os processos e reduzir o tempo de espera do cidadão por um atendimento no SUS.
Fonte: Rio Info