Segurança da Internet e políticas de incentivo à tecnologia marcam abertura do Rio Info 2013

A importância de políticas de incentivo à tecnologia e à produtividade nacional, o marco civil da Internet e a segurança de dados foram temas que marcaram a abertura da 11ª edição do Rio Info 2013 (Encontro Nacional de Tecnologias e Negócios), realizada nesta terça-feira. O coordenador do evento, Benito Paret, ressaltou que as instituições públicas e privadas têm tido pouca preocupação com a segurança da chamada computação em nuvem e que “não temos uma posição clara sobre este tema por parte do governo”.

Outro assunto destacado por Paret foi o da necessidade de investir no desenvolvimento de aplicativos voltados para a realidade brasileira: “nossa língua portuguesa, história, geografia, educação social”. Segundo disse, a falta dessa visão gera “alienação da nacionalidade, principalmente na juventude”.

Paret acredita que a “lei do cabo” – 12.485 – que obriga a exibição de conteúdo nacional na TV a cabo cria espaço para financiar o desenvolvimento de aplicativos nacionais, o que seria uma oportunidade para a indústria nacional.

O presidente executivo da Abes (Associação Brasileira das Empresas de Software), Jorge Sukarie Neto, afirmou que o mercado de software e TI nacional registrou crescimento de 10,8%, em 2012, e a estimativa é de que em 2013 esse avanço seja de 14,5%. Embora a indústria de tecnologia da informação do Brasil ainda não tenha despontado no mercado internacional como potência, o cenário é positivo, acredita.

“Um recente estudo sobre mercado de software e TI mostrou que o Brasil está entre os países que mais investem. Em 2012, o investimento foi de R$60 milhões, deixando o país na sétima posição entre os que mais investem. A estimativa é de que em 2013 tenhamos crescimento de 14,5%, o que, se acontecer, nos manterá à frente da China”.

Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe/UFRJ, criticou as amarras da legislação: “O sistema público é engessado. É importante mudar a mentalidade de que as questões formais se sobrepõem às executáveis. As políticas públicas e o desenvolvimento da tecnologia são afetados com essa postura. Burocratas atrapalham o desenvolvimento”, enfatizou.

O secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, Gustavo Tutuca, anunciou o lançamento do Programa Startup Rio de Janeiro, por meio de um edital de R$ 5milhões da Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro) no início do próximo mês. O objetivo é selecionar propostas de negócios para o setor de TI e transformá-las em empresas.

O governo federal também está engajado em desenvolver políticas públicas que fomentem o desenvolvimento da área de TI, segundo o secretário executivo do Ministério da Ciência e Tecnologia, Luiz Antônio Rodrigues Elias. Segundo disse, a administração pública tem reafirmado seu compromisso com esse segmento por meio da reestruturação das universidades públicas, ampliação das possibilidades e recursos de pesquisa e do estímulo à criação de centros tecnológicos de ponta: “Estamos tentando impulsionar o Brasil. A questão da inovação não é risco, mas deve ser vista como investimento para a estruturação nacional”, finalizou.

Homenagem
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) recebeu do TI Rio uma menção honrosa pela importância do trabalho realizado em prol do desenvolvimento da Tecnologia da Informação no país. “O apoio do BNDES ao software desbravou caminhos. Foram investidos cerca de R$4 bilhões no setor de TI; contamos com 80 mil operações de crédito; 120 mil empresas estão sendo apoiadas, sendo cerca de 100 mil delas micro e médias empresas; e temos mais de 6.700 softwares cadastrados”, declarou Julio Cesar Maciel Ramundo, diretor do BNDES.

Entre os integrantes da mesa estavam ainda o deputado Robson Leite, presidente da Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento da TI; Evandro Peçanha, diretor do Sebrae; Márcio Girão, presidente da Fenainfo; Rubén Delgado, presidente da Softex; Paulo Cesar Coelho, presidente do Proderj; Fernando Cesar Gusmão, reitor do IFRJ; Rodolfo Tavares, presidente da Faerj; Tito Ryff, diretor de operações da Rede de Tecnologia e Inovações do Rio; Diva Maria de Oliveira Gesualdi, presidente do CRC; Lucio da Cunha Fernandes, presidente do Sescon-RJ; e Agostinho Guerreiro, presidente do Crea-RJ.

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