A retenção no país dos profissionais desenvolvedores de games é um desafio enfrentado pelas empresas brasileiras, num mercado que movimenta cerca de U$3bilhões de um universo mundial de U$102bilhões. “Ainda é uma parcela pequena, mas existe muito talento criativo e técnico que faz o Brasil ter igualdade de competitividade com outros países”, diz Dario Souza CEO e Founder da Gazeus. Mas nem sempre os talentos permanecem no país, existe uma evasão de profissionais que buscam empresas internacionais para trabalhar. “O Brasil ainda é uma indústria que busca estabelecer o seu espaço e, por isso, muitos profissionais oscilam, vão para fora do país e depois retornam”. Esclarece Arthur Protásio, sócio-fundador da Fableware.
Na disputa por mercado mundial de games, antes movimentado somente pelas empresas internacionais, já não há barreiras de entrada. No entanto, dizem os especialistas, as empresas brasileiras precisam ganhar visibilidade com os jogos desenvolvidos. Existe talento criativo e técnico no Brasil, o desafio é manter esses profissionais trabalhando para empresas brasileiras.
“Hoje em dia é muito fácil entrar o difícil é se destacar”, comenta Adrian Laubisch, diretor de novos projetos da Aiyra. Para melhorar esse cenário é preciso aproximação com profissionais da área de gestão, para facilitar a concretização dos negócios. Apesar de algumas dificuldades, empresários do setor afirmam que é possível ter uma empresa de games no Brasil e ganhar dinheiro proveniente do país ou do exterior. O incentivo também cresce gradativamente por meio de editais. “Existem movimentos governamentais e não governamentais financiando esse setor, a própria Rio Filmes e a Ancine são dois exemplos”, lembra Dario Souza.
O BNDES apresentou em 2014 um estudo com o levantamento de informações sobre a indústria de games e políticas públicas para o setor. Nele estavam cerca de 200 empresas cadastradas, desse número 74,4% faturavam até R$ 240 mil ao ano, 21,60% até R$ 2,4 milhões ao ano e 4% faturavam até R$ 16 milhões ao ano. O estudo também mostrou que o mercado de games começou a ganhar grandes proporções no Brasil em 2009. O aumento do número de empresas pode estar relacionado ainda à facilidade do desenvolvimento para mobile games e jogos via browser (navegador de internet), tendência que surgiu a partir daquele ano.