Representantes de grandes corporações do setor de saúde no Brasil, responsáveis por seus programas de inovação aberta (Open Innovation), apontaram características e caminhos do mercado atual no painel Health Tech durante o Rio Info 2018. Thiago Julio, da Dasa (medicina diagnóstica) acredita que as empresas estão alterando seus padrões e se abrindo mais facilmente a novos sistemas de transformação digital. Ele entende ser um passo necessário para manter seu lugar no novo cenário. “Por mais que este movimento não seja facilmente perceptível, ele tem sido feito e nele estão os novos relacionamentos com as pequenas empresas de inovação tecnológica”, afirma.
Gabriela de Salles van der Linden, da Rede d´Or, diz que as startups têm dois caminhos: caminhar sozinhas ou se abrir ao relacionamento a diferentes tipos de parcerias. “Ao expandir suas ações sugiro integrar-se com outras startups e/ou propor parcerias a empresas de tecnologia de maior escala, caso possuam um plano de negócios cujo interesse seja a expansão. Ou seja, abrir o leque de empresas-cliente para as quais vendam seus serviços e com as quais atuem simultaneamente”.
A importância de sempre se estar aberto a considerar tanto as necessidades de cada cliente quanto as necessidades e possibilidades de ação das empresas de TI parceiras é outro conselho de Gabriela. Desta forma, é possível associar as duas esferas e possibilitar o crescimento, o aperfeiçoamento em cada serviço e produto oferecido e, enfim, melhor atender o cliente final e mais importante, a sociedade.
Alex Lucena, CEO da 4H Tecnologia em Saúde e moderador da mesa, reforça que o crescente casamento entre as startups e as grandes corporações do setor de saúde é um movimento positivo para todos. Este é o cenário atual, uma vez que as grandes empresas, absorvidas em suas questões e padrões internos de administração e expansão com novas unidades, por exemplo, por mais que busquem por inovações tecnológicas, não têm disponibilidade para, de fato, realiza-las.
“Como pensar em inovação, estando absorvido em seu dia a dia?”, questiona. “Absorvendo os programas de inovação da conexão com startups e com o mundo acadêmico, estando de portas abertas. A Puc e a FGV, entre outras, são importantes e reconhecidas instituições geradoras de talento”, provoca.
Alex Lucena diz que as possibilidades de crescimento em todo o país são grandes. Por exemplo, Lucena conta que atualmente no Brasil há cerca de mil startups, enquanto no Vale do Silício, nos EUA, apenas neste ano foram feitos investimentos em cerca de 800. “Por isso, aqui investimos e precisamos nos manter investindo no crescimento e fortalecimento de startups. O Brasil está na rota certa, mas carece de formação de massa crítica, criar empresas com valor de mercado e a área da saúde é uma boa oportunidade como mais recentemente tem-se percebido”, ele finaliza.
No segundo momento do seminário os participantes acompanharam as apresentações de onze startups que desenvolveram produtos e serviços digitais com foco no cuidado com a saúde e o bem-estar de cada pessoa. Segundo Lucena “quando se discute transformação digital, destaca-se a utilização de tecnologia na vida das pessoas para que tenham mais tempo e qualidade de vida e mais saúde”. As startups que se apresentaram foram: WeStand, Medshare, Mexa-se, SigaBRT, Projeto For Me, Cluster Saúde e Esporte, Grupo FMILLY, Grupo Data Sport, Grupo Evo Brain, Grupo Legends e Grupo Team Recife.