IoT e big data ‘quebram’ as paredes das salas de aulas

A Aprendizagem Adaptativa (Adaptive Learning) em educação a distância (EAD) tem revolucionado a forma de aprendizagem como uma alternativa mais eficiente ao modelo tradicional de ensino. “Desde sempre, nas escolas, quem se adapta à matéria (disciplina) é o aluno, já que ela é dada de uma única maneira e no mesmo ritmo e horário para todos os alunos da mesma turma. Na aprendizagem adaptativa é a matéria que se adapta ao aluno, seguindo ritmo e os conhecimentos anteriores dele”, afirma Paulo Barreira Milet, diretor da Eschola.com, e especialista em educação a distância.

Segundo Milet, que será um dos palestrantes do Rio Info 2015 no painel dedicado à Educação Digital, o método adaptativo pode ser aplicado por meio de plataformas inteligentes com softwares diferenciados, que propõem atividades sob medida para cada aluno. “A partir de testes rápidos e periódicos, o sistema pode reconhecer automaticamente o que o aluno já sabe e o que não sabe de determinado tema, apresentar conteúdos para cobrir a deficiência, e, além disso, permite o aprendizado em qualquer lugar e a qualquer hora via internet”.

Para o especialista, o novo modelo vai proporcionar uma quebra das paredes das salas de aula e do próprio modelo de ensino padronizado e sequencial. “Isso facilita muito o aprendizado e proporciona prazer em aprender. Em uma sala de aula o aluno que não segue o ritmo fica envergonhado de interromper e perguntar, prejudicando o aprendizado. Já os que sabem a matéria e estão adiantados, ficam entediados e desmotivados com o ritmo das aulas, e perdem o interesse”.

O conceito ainda é novidade no mundo. Todos ainda estão aprendendo como usar melhor essas ferramentas e a perspectiva é que a aplicabilidade cresça muito nos próximos anos, afirma Milet. “Tenho visto por aqui algumas plataformas já implementando educação adaptativa como, por exemplo: Studiare, Geekie, Knewton, eDoceo, são algumas que conheço. No entanto, a maioria dos métodos de avaliação nos sistemas de EAD ainda reproduzem os sistemas de avaliação tradicional das salas de aula”.

A tendência, segundo Milet, é que todas as plataformas de EAD já existentes se adequem a essa nova realidade e mesmo as que não adotem o conceito podem ser utilizadas de modo que as avaliações e direcionamentos sigam esse modelo. Outra tendência forte na educação, segundo Milet, é o uso de aplicativos e sistemas com base em big data, além dos programas com sensores embutidos na Internet das Coisas (IOT), que serão úteis para o monitoramento do aprendizado. O modelo convencional, onde o aluno precisa estar em sala de aula para aprender, também pode estar com os dias contados. 

“Nos cursos convencionais, está ficando forte a tendência da flipped classroom, onde a matéria fica disponível na internet para leitura antes e não é dada em sala de aula. A sala serve para debates, experiências e esclarecimento de dúvidas. Do mesmo modo que o home office e o co-working estão crescendo, também vão crescer o home study e o co-study, quer dizer, sua sala de aula vai ser onde você estiver”, pontuou.

Os Massive Open Online Course (MOOCs), cursos online grátis disponíveis em ambientes virtuais de aprendizagem, também crescem a cada ano. Algumas das melhores universidades do mundo, como Harvard, já oferecem cursos nas mais variadas áreas de conhecimento. “Isso já está gerando uma nova discussão – e pode virar tendência -, sobre a eliminação do modo presencial nos dois primeiros anos da faculdade. Só nos dois últimos anos o aluno aparece, já para se especializar.” O tema Educação Digital faz parte do debate do Rio Info 2015. Conheça a programação completa e saiba como participar.

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