“Pesquisa divulgada nos Estados Unidos mostra que 55% dos brasileiros confundem o Facebook com a Internet. Na Índia, esse índice é de 58%. E a Internet é muito mais que o Facebook. Nos EUA, esse índice cai para 5%, uma vez que os americanos sabem que o Facebook é uma empresa privada”, disse a coordenadora jurídica da ProTeste, Flávia Lefèvre, durante o painel Redes Sociais – implicações e desafios contemporâneos, realizado nesta quarta-feira, 16, no Rio Info 2015.
Para o diretor de Políticas Públicas do Google, Marcel Leonardi, é preciso discutir o impacto do acesso gratuito (zero rating) no modelo de negócio da rede mundial.
Para massificar o acesso à Internet no mundo, o Facebook instituiu o projeto Internet.org, que negocia uma série de aplicativos com governos, e garante acesso – sem a cobrança da franquia de dados – à população mais carente. Até o momento, países como Colômbia e Panamá, além da Malásia, já aderiram à iniciativa conduzida pessoalmente pelo fundador da rede social, Mark Zuckberg. No Brasil, o tema é polêmico. As operadoras não parecem inclinadas a aceitar acordos de cooperação com a rede social e órgãos como o de defesa do consumidor se manifestam contra o projeto.
Segundo a especialista, para dar acesso democrático à banda larga no Brasil, o governo precisa fomentar a construção de infraestrutura de telecom em todo o país. “Se tivermos rede, podemos fazer valer a massificação da inclusão digital. Na verdade, o Internet.org, do Facebook, não é internet, nem é org, domínio concedido para organizações sem fins lucrativos”, pontuou.
Também no centro de discussões – especialmente por conta do direito ao esquecimento, ou seja, o direito de ter resultados considerados irrelevantes ou obsoletos removidos dos resultados de busca a partir de seu nome, o Google defende uma intervenção do Estado na regulação da Internet, mas diz que ela tem que definir parâmetros mínimos de atuação, mas sem esquecer de respeitar o direito mínimo de escolha do consumidor. “As pessoas não leem políticas de privacidade, mas eles têm validade legal é preciso que o consumidor também entenda que ele tem um papel”, destacou o diretor de Políticas Públicas do Google Brasil, Marcel Leonardi.
Sobre o acesso gratuito à Internet, ou projetos como o Internet.org, o Google adota uma postura diferente. A empresa está à frente do projeto Loon, que leva acesso à Internet por meio de balões, mas com parcerias com as operadoras de telecomunicações. Mas Leonardi diz que é preciso estimular o debate sobre o zero rating, que é o acesso gratuito às redes sociais sem a cobrança da franquia de dados. “O Google não fechou questão, mas é preciso discutir porque é um momento importante da Internet”, completou.
Fonte: Rio Info