Escassez de mão de obra leva a perda de R$ 167 bilhões em receitas


“Devido à escassez de mão de obra qualificada, até 2022 teremos um déficit de 408 mil profissionais de TI, o que significa uma perda de R$ 167 bilhões em receita entre 2010 e 2020”, afirmou Virgínia Duarte, gerente do Observatório Softex, durante o painel “Formação de novos talentos em TI” no terceiro dia de Rio Info 2014.

Segundo Virginia, as escolas precisam se aproximar das empresas e, a partir daí, repensar o conteúdo educacional. Já as empresas devem investir em melhoria de processos e programas de atração e retenção de talentos. Os jovens devem buscar competências além das atividades rotineiras e aprender a interagir com pessoas, máquinas e objetos. Já o governo precisa incluir a TIC no processo de aprendizagem fundamental dos alunos de escolas públicas e dialogar com a sociedade para acelerar o processo de qualificação dos profissionais mais demandados.

A capacidade da TI atrair alunos vem reduzindo com o tempo, assim como a expertise para atração e retenção de profissionais da área por parte das empresas. “Além disso, hoje em dia o aluno sai da universidade com deficiências, pois há um desajuste entre o conteúdo ensinado nas escolas e o que as empresas realmente precisam”, explicou Virgínia. Para mudar esta realidade e garantir que a área de TI continue a crescer, a gerente do Observatório Softex propôs soluções para escolas, empresas, jovens talentos e governo.

“O apoio do governo é fundamental, pois as comunidades de baixa renda dependem dele para receber educação”, defendeu Márcio Girão, coordenador do painel e presidente da Federação Nacional das Empresas de Informática (Fenainfo). Já Henrique Andrade, pesquisador do Programa Catalisador do Brasil da Wikimedia Foundation, organização mantenedora da Wikipédia, afirmou que “esperamos da universidade algo que ela nunca vai nos entregar, que é o profissional pronto para o mercado”.

Carlos Antônio, subsecretário de Ciência e Tecnologia da cidade do Rio de Janeiro, apresentou o Forsoft Rio. Fruto da parceria entre a Assespro-RJ, a Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia e as empresas madrinhas, o projeto visa a empregabilidade e a capacitação em áreas relacionadas à TI. Podem participar jovens moradores de área de vulnerabilidade social, de ambos os sexos, que tenham entre 18 e 24 anos e estejam cursando ou tenham concluído o terceiro ano do ensino médio. “Desde 2009 já formamos mais de 300 jovens, dos quais mais da metade foram contratados pelas empresas madrinhas e 80% estão inseridos no mercado de trabalho”, afirmou Carlos Antônio.

André Antunes, pró-reitor executivo do Instituto Infnet, afirmou que “a falta de talentos já compromete a capacidade de expansão das empresas brasileiras de TI”. De forma mais ampla, Paulo Milet, coordenador do projeto Porta Aberta em parceria com a CUFA (Central Única das Favelas), expôs a importância de reincorporar aos estudos os adultos egressos de todos os níveis da educação. “A constatação de que existem milhões de brasileiros que abandonaram os estudos e não completaram o Ensino Médio foi a grande motivação para o projeto Porta Aberta. O que nós oferecemos é um curso completo à distância, totalmente via internet, com todas as disciplinas do ensino médio, exercícios e simulados”.

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