Empresas de software contestam valores fixados para Certics

Do Convergência Digital, por Ana Paulo Lobo e Pedro Costa

O custo para a obtenção da Certics, certificação do software nacional para assegurar preferência nas compras governamentais, e que entrou em vigor nesta quinta-feira, 19/09, foi considerado elevado e pode ser um ponto crítico para a adesão das empresas do setor, advertiu o presidente da Fenainfo, Márcio Girão.

De acordo com o governo, os custos da Certics foram assim fixados:

Microempresas – R$ 5.000,00
Pequena empresa – R$ 10.000,00
Média empresa – R$ 15.000,00
Grande empresa – R$ 45.000,00

Vale lembrar que pela decisão do governo, a certificação não irá para a empresa, mas sim será dada para cada software colocado em avaliação. “Temos certeza que a metodologia da Certics é favorável e necessária para o software brasileiro. Há o estigma da qualidade no software nacional. A certificação dá um grau de maturidade. Mas precisamos fazer ajustes”, reforçou Girão.

Segundo ele, testes feitos na Riosoft, uma das avaliadoras credenciadas pelo CTI Renato Archer, mostram que para as startups, o custo de R$ 5.000,00 por software é elevado. “Tanto que acreditamos que as grandes empresas vão liderar essa fase inicial em busca da certificação”, afirma.

Ao mesmo tempo, as redes avaliadoras – 14  até o momento – também têm dúvidas se o modelo de remuneração definido – 60% para o governo e 40% para as empresas – é o melhor a ser adotado por conta dos custos de formação de mão de obra dos avaliadores.

As entidades setoriais – Fenainfo, Abes, Softex e Assespro – cobram ainda a efetivação do Comitê Gestor, negociado com o MCTI. “A proposta de ter o Comitê Gestor foi acatada como sugestão pelo governo, mas a Certics vai rodar sem que uma reunião entre nós tivesse sido realizada. Há ajustes que poderiam ter sido feitos”, salienta Girão.

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