Arthur Protásio, designer de narrativas, consultor da TV Globo e fundador da produtora Fableware, afirmou durante a abertura do Salão da Inovação do Rio Info 2014, o mais completo evento de TI do país, que “a distribuição digital mudou drasticamente o mercado consumidor de jogos no Brasil e tornou o país uma potencial mundial neste segmento, porém ainda precisamos crescer em termos de produção”.
Enquanto há alguns anos a única forma de acesso aos jogos importados era através de redes distribuidoras, com o digital os consumidores brasileiros passaram a ter acesso direto aos fabricantes. “Hoje existe uma facilidade no consumo e na distribuição de jogos de um ponto de vista legal em função do preço mais acessível”, analisou Protásio. Em 2013 os brasileiros consumiram mais de US$ 2 milhões em jogos, o que manteve o Brasil como o quarto maior mercado consumidor do mundo neste segmento.
Porém, em termos de produção, o Brasil ainda não se firmou no mercado mundial. “Existe um preconceito entre consumidor e jogos brasileiros, além do forte hábito de importação cultural do país e dos anos de atraso para começar a investir neste mercado”, avaliou Protásio. Hoje a produção de jogos recebe incentivo do governo através da Lei Rouanet, mas ainda existem os que não reconhecem a atividade como cultural.
Para mudar este quadro, o fundador da Fableware acredita que eventos como o Rio Info são de importância crucial. “O mercado de produção de games só vai crescer se houver cooperação entre as partes. Um desenvolvedor precisa de profissionais de diversas outras áreas, inclusive de TI, para fazer com que seu jogo chegue ao mercado no mesmo nível dos importados”, afirmou.
No primeiro dia de atividades do Rio Info 2014, sete grupos de jovens desenvolvedores de Alagoas, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro apresentaram protótipos de jogos no Salão da Inovação. Além de receber consultoria do Sebrae e de empresários da área de TI, eles concorrem ao Prêmio Rio Info – Projeto Inovador 2014 na categoria games.