Considerada uma das principais tecnologias disruptivas aplicada sobretudo em transações digitais, o Blockchain foi tema do 38º Fórum TI Rio. Durante o evento, foram discutidas características, benefícios e possibilidades de adoção da solução em diversas esferas do mercado privado e público. Realizado nesta quarta-feira, 28, na sede do TI Rio, o fórum contou com a participação de especialistas no tema e foi coordenado pelo diretor do TI Rio, Newton Fleury.
Rafael Nasser, professor da PUC-Rio e coordenador dos projetos e dos cursos de blockchain na Instituição, abriu as discussões a cerca do tema. O especialista fez uma introdução sobre o tema, sua essência e buscou desmistificar os principais conceitos envolvidos em DLT, Blockchain e Smart Contract, convidando profissionais e empresários a quebrarem paradigmas das suas áreas de atuação.
“A essência de blockchain se formos fazer um raciocínio bem simplista, sem entrar em detalhes, que acaba sendo o ponto comum em várias formas de implementação, é de fato a distribuição de poder”, disse Nasser.
Já Gladstone Arantes Junior, gerente da área de tecnologia da informação do BNDES, apresentou dois projetos paralelos em que o banco trabalha, o TruBudget, projeto do BNDES em conjunto com o KFW, banco nacional de desenvolvimento alemão, e o BNDES Token, uma solução capaz de rastrear o caminho dos recursos da instituição.
Sobre o BNDES Token, o representante do BNDES foi enfático.
“A expectativa é que o registro público das transações ajude a dar mais transparência aos financiamentos do banco. A promessa é que qualquer brasileiro possa ver quais são as empresas envolvidas nas transações”, disse Arantes.
Já o TruBudget, no Brasil, será usado para rastrear as verbas do Fundo Amazônia cuja finalidade é captar investimentos não reembolsáveis para ações de preservação da floresta.
Na sequência, foi a vez Christian Aranha, Head da Rede Entropia de Inovação e Empreendedorismo, defendeu que a tecnologia do blockchain deve revolucionar tudo no futuro próximo. O especialista acredita que os bancos, como conhecemos hoje, irão acabar e que o blockchain será o responsável por remodelar o cenário financeiro.
“O blockchain certamente irá substituir a nossa poupança, que é hoje onde a gente deixa dinheiro guardado. Mais pra frente eu acredito que a gente vai guardar bitcoin, ele é a blockchain mais segura de todas e a mais idônea. Na minha visão não vai fazer sentido existir bancos como existem hoje, eu acredito que eles vão acabar”, disse Christian.
Em sua apresentação, o especialista falou também sobre o que está acontecendo na área técnica e o que vai acontecer num futuro próximo. O especialista disse que em se tratando de tecnologia de blockchain o Brasil está entre os primeiros lugares. O especialista apresentou ainda como anda o desenvolvimento da primeira blockchain 100% nacional.
Encerrando as apresentações, Marcos Villas, professor da PUC-Rio e sócio da RSI Redes, trouxe para o público a utilidade da tecnologia blockchain em cadeias de valor, em especial em indústrias, considerando por exemplo o ciclo de vida de um produto, da sua concepção à sua aposentadoria, e as várias empresas que precisam utilizar e registrar informações compartilhadas neste contexto inter-organizacional.
“Eu acredito que o blockchain tem uma série de aplicações que vão além de moeda, tem aplicações em democracia digital, governo etc. E no contexto de empresas, o valor dela se apresenta quando a gente fala de troca de informações entre um grupo de empresas. É nessa coordenação e troca de informações entre empresas e na transparência entre empresas é que o blockchain mostra todo o seu potencial”, concluiu Villas.