34º Fórum TI Rio: O que será a empresa do futuro?

“O que será a empresa do futuro?”  É o tema desta publicação especial do Fórum TI Rio-Rio Info 2017, que marca os 30 anos do Sindicato das Empresas de Informática do Estado do Rio de Janeiro e a 15ª edição consecutiva do Rio Info. O presidente da entidade, Benito Paret, destaca o objetivo de responder a perguntas que ajudem às empresas no desafio de se adaptarem aos novos paradigmas de um mundo em transição, que, além de globalizado, é cada vez mais digital.

Paret lembra que as discussões sobre o tema serão aprofundadas durante o Rio Info, que ocorre no Rio de Janeiro de 25 a 27 de setembro, e pontua que a grande questão é como lidar com os acervos tecnológicos que hoje são o principal capital das empresas de tecnologia. Simultaneamente conviver com as novas oportunidades de negócios, relacionados com a inteligência artificial, à ciência de tratamento dos dados e à robotização, que substitui atividades antes executadas pelo homem.

“A tecnologia da informação é transversal e está cada vez mais presente em todas atividades humanas. Precisamos estar atentos a diferentes aspectos, incluindo as normas legais, para reger as relações capital – trabalho, que, em poucos anos, estarão superadas.”, afirma Paret. Para ele a discussão sobre, por exemplo, terceirização e teletrabalho serão suplantadas pela realidade das denominadas “empresas ampliadas” organizadas em redes.

A presidente do fundo de investimentos Gávea Angels e investidora do programa Shark Tanks Br, apresentado no canal de TV Sony, Camila Farina, acredita que um dos caminhos para o futuro da sociedade é o da economia compartilhada: “Talvez empresas como Uber e AirBnB sejam os maiores modelos desta nova gestão. A maior empresa hoteleira do mundo não tem nenhum hotel e a maior empresa de locomoção não tem nenhum táxi. Cada vez mais, usam a tecnologia como ferramenta, entendem como diminuir o número de ativos e despesas. Hoje há grandes empresas mundiais de coworking que não compram mais espaços, alugam. Esse é outro indicador. A economia compartilhada está muito presente.”

Nesse novo mundo, alerta Cesar Taurion, CEO na Litteris Consulting, é necessário às empresas atentarem para três pilares: estarem alertas a mudanças e inovações; tomarem decisões rápidas e terem agilidade. Segundo diz, as decisões têm que ter como base dados seguros que permitam mudar rapidamente de rumo, se for preciso. “Para sobreviver no século XXI não é possível manter o modelo mental do século XX. O momento é de mudanças exponenciais. Pode haver saltos inimagináveis. Já não podemos basear uma previsão de futuro baseada no presente.”, afirma.

Leonardo Menezes, gerente de Exposições Observatório do Amanhã, do Museu do Amanhã, e curador da mostra Inovanças, também aposta num futuro colaborativo: “Na exposição (no museu até 22 de outubro) enaltecemos a importância da colaboração, que conecta indivíduos, grupos e também instituições no desenvolvimento de projetos em comum. Podem estar próximos fisicamente, ou não. Hoje há empresas com escritórios espalhados no mundo e as pessoas trabalham colaborativamente. O importante é que essa colaboração aconteça de forma mais horizontalizada, onde diferentes conhecimentos possam ser agregados. É preciso fortalecer tanto as instituições, como empoderar os indivíduos com mais conhecimento.”

Camila afirma que na gestão atual o modelo a ser adotado é o da “liderança por exemplo”. “Já não existe a figura do líder ditador, mais sim a do líder inspirador. Ele não dá só ordem. Ele ajuda. Pergunta muito, envolve e ouve todos os colaboradores nesse processo. É uma co-criação. Uma gestão simples, muito presente e, ao mesmo tempo, com um propósito, que tem ser relevante, por trás.”

Os profissionais identificam intensas mudanças nas relações dos mundos empresarial e do trabalho. O aprofundamento do uso de sistemas de inteligência artificial promete extinguir e criar profissões. Para Camila as pessoas têm que passar a lidar com as novas tecnologias, novas mídias e com o consumo exacerbado de tecnologia: “As informações estão disponíveis em todos os lugares. Há o impacto disso e, obviamente, a inteligência artificial, a nanotecnologia, a biotecnologia, todas essas formas de tecnologia têm que servir como ferramentas para que consigamos aumentar a produtividade, melhorar os resultados e reduzir custos. Quanto aos empregos atuais, pode gerar uma certa redução, mas surgirão outros novos segmentos de emprego.”

Leonardo também acredita na substituição de profissões e diz que esse movimento tem que ser usado pelas empresas no desenvolvimento dos seus empregados: “De décadas em décadas temos profissões que acabam e novas que surgem. Temos que olhar para onde estamos caminhando e pensar quais campos de trabalho poderão ser abertos com o uso cada vez mais intensivo da tecnologia. Semelhante indicação tem Taurion: “Ficarão para as pessoas as atividades refinadas, aquelas que envolvem sensibilidade, sentimento, emoção, percepção, experiência. As operacionais serão desempenhadas por máquinas”.

Taurion diz é preciso começar imediatamente a verificar quais novas funções serão exigidas e quais ensinamentos necessários à reciclagem. Para ele cada pessoa passa a ser responsável por sua própria capacitação para se manter ativo no mercado. Já Camila vê uma relação onde empresas e colaboradores terão que pensar juntos as formas de capacitação e crê que serão mantidos os incentivos por parte das empresas, com a mudança crescente para o ensino online: “O colaborador terá que entender cada vez mais sobre o negócio e, para isso, precisa das quatro inteligências: emocional, intelectual, espiritual e mental.”

O RIO INFO

O RIO INFO é um dos principais do país eventos de TI do país. Reúne empresários, acadêmicos e profissionais que buscam novas oportunidades de mercado e negócios. Será realizado, de 25 a 27 de setembro, no Centro de Convenções Sul América, no  Rio de Janeiro. O futuro da sociedade sob o predomínio tecnológico, seja nas profissões, nas empresas, na economia, será o tema principal do evento. Acesse www.rioinfo.com.br e veja a programação completa.

Fonte: O Globo
Data: 28/06/2017
Caderno: Economia
Página: 19

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