22º Fórum: TI Rio debate os instrumentos de fomento para o setor

Inovação tecnológica, programas oficiais de financiamento, relações entre universidades e empresas foram alguns dos temas debatidos durante o 22º Fórum TI Rio, realizado no Centro Experimental de Conteúdos Interativos Digitais (Cecid). Com o tema, “Instrumentos de Fomento para o Desenvolvimento das Tecnologias da Informação”, o debate, transmitido ao vivo online na Internet pelo TI Rio, serviu para especialistas discutirem os desafios do setor no sentido de tornar o país competitivo internacionalmente. A mediação ficou por conta do vice-presidente do TI Rio, John Forman. Participaram do encontro, o Superintendente da Área Industrial do BNDES, Maurício Neves; o Superintendente da Área de Tecnologias Estratégicas – ATEC– Finep/MCTI, Rodrigo Fonseca; e o Subsecretário de Educação Profissional e Ensino Superior da Secretaria Estadual de C&T, Augusto Raupp.

A questão do financiamento, principalmente às micro, pequenas e médias empresas, foi uma das mais discutidas. Maurício Neves lembrou que, por se tratar de um setor muito pulverizado, o acesso ao crédito, por vezes, é complicado. Por isso, segundo ele, o BNDES vem criando programas diferenciados, que possam atender aos diversos interesses da comunidade de TI.

– O Prosoft é o carro-chefe, uma espécie de guarda-chuva das iniciativas do banco – observou Neves. – Queremos ir além de fomentar a inovação, queremos fazê-la realmente acontecer. Para isso, vamos alocar cerca de R$ 5 bilhões no projeto e criar condições para que, em no máximo 30 dias, uma empresa saiba se seu projeto poderá ou não ser enquadrado. Neves disse ainda que investir em inovação significa aumentar a produtividade das empresas e, em consequência, sua competitividade – o que é bom para o setor e para o país, de maneira geral. Já Rodrigo destacou que a área de tecnologia será uma das mais beneficiadas com o programa Inova Empresa, um plano de investimento do governo que destinará R$ 32 bilhões a projetos de inovação. As verbas serão destinadas a empresas de setores considerados prioritários pela União: saúde; desenvolvimento aeroespacial; energia, petróleo e gás; e tecnologias, da informação e da comunicação.

– Trata-se de um movimento concreto de fomento à ciência, à tecnologia e à informação. O programa tem foco, prioridades, integração de instrumentos e volume de recursos expressivos, para apoiar projetos ousados, de longo prazo. E estamos fechando parcerias com bancos regionais de desenvolvimento para termos uma abordagem específica para as pequenas e médias empresas – afirmou o representante da Finep, que citou o AgeRio como um desses parceiros para a liberação de uma linha exclusiva para as empresas do Rio.

O apoio à inovação também está entre as prioridades do governo do estado, como lembrou Raupp. Ele citou o projeto Start Up Rio, em parceria com a Prefeitura do Rio, e que tem por objetivo estimular o surgimento de novas empresas de TI. O programa está pronto para ser lançado e vai trabalhar com foco em empreendedorismo digital, com uma verba inicial de R$ 5 milhões, para atender entre 35 e 50 iniciativas. Os escolhidos trabalharão em sistema de coworking. Outra novidade, segundo o subsecretário, é a criação de um novo parque tecnológico no estado. Embora ainda não tenha uma locação definida, a Região Serrana em geral – e Petrópolis, em particular – desponta como uma opção. Afinal de contas, a área já abriga a sede do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC).

– Precisamos diminuir a distância entre a academia e as empresas. Esse é um desafio no mundo inteiro – disse o subsecretário, lembrando que todo software, por princípio, é uma inovação.

Ao longo do debate, também foram citados outros programas de fomento como o TI Maior e o Edital de Subvenção Econômica da Finep, que será lançado em julho. Forman destacou que o setor de tecnologia espera uma atenção também para empresas que trabalham com inovação
em termos gerenciais e que possam contribuir para o aumento da produtividade da indústria brasileira. E foi além:

– O nível de produtividade do Brasil está abaixo da média mundial. O setor de TI é fundamental, mas os incentivos, quase sempre, ficam limitados à indústria e não ao setor administrativo. Precisamos explorar esse potencial de TI como criador de ferramentas que aumentam a produtividade – afirmou o vice-presidente do TI Rio.

O debate pode ser conferido em vídeo no site www.ti.rio 

Jornal: O Globo
Data: 25/04/2013
Caderno: Economia
Página: 23

Pesquise no TI RIO