Foi realizada na última segunda-feira, 28/11, o 19º Fórum SEPRORJ em conjunto com a Comissão de Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A temática do evento vem ao encontro da criação da Frente Parlamentar para o Desenvolvimento da TI no Rio, ainda em tramitação na Alerj.
O deputado estadual Robson Leite presidiu a audiência pública, chamando a atenção para a missão da Assembleia, de promover o debate para o que o Rio de Janeiro volte ao protagonismo no segmento de TI. “Possuímos diferentes instituições de ensino como UFRJ, UERJ, Unirio, Cefet, Puc-Rio, Faetec que podem funcionar como o fomento para desenvolvermos o setor de tecnologia da informação do estado. O Parlamento funciona como um local de troca de ideias, mas cabe aos atores responsáveis pelas mudanças, como secretarias de Ciência e Tecnologia, de Planejamento, prefeituras e governos e empresários se unirem para mudar a realidade do Rio de Janeiro”, declarou Robson Leite.
Para Benito Paret, presidente do Sindicato das Empresas de Informática, a criação de uma frente parlamentar que discuta o desenvolvimento da tecnologia da informação no Rio de Janeiro deixa claro que os deputados conhecem as dificuldades que o setor de TI enfrenta atualmente.
“No último domingo [27/11] fez dois anos que o projeto de lei para redução da alíquota de ISS para a informática está tramitando na Câmara Municipal. Nós só queremos que o Rio de Janeiro se iguale a outras capitais com 2% de ISS, não queremos nem mais nem menos, apenas condições de competitividade”, argumentou Paret.
Ele lembrou ainda que a maioria das capitais vem investindo na área de TI, e citou o exemplo recente de Belo Horizonte, que tem como meta que a cidade se torne a capital de TI no país, nos próximos cinco anos.
“Falta política de fomento para a TI fluminense, a exemplo da infraestrutura – há bairros na capital que não possuem sinal de internet. A banda larga no Rio de Janeiro é a mais cara do país. Se não houver um incentivo tributário, as empresas daqui, principalmente as pequenas e médias, perderão diversas oportunidades com os grandes eventos esportivos que acontecerão nos próximos anos”, alertou o presidente do Sindicato das Empresas de Informática.
A deputada estadual Aspásia Camargo destacou a importância da tecnologia da informação na sociedade do século XXI. “Precisamos entender que as TICs são o motor da economia mundial, especialmente da economia verde”, frisou a deputada. Ela criticou ainda a falta de vontade política para o segmento. “Como o Benito Paret disse, Belo Horizonte conseguiu um salto qualitativo em tecnologia da informação porque o prefeito da cidade já foi empresário da área e conhece as dificuldades. Assim como ocorreu em Piraí, que se tornou a primeira cidade digital do Rio de Janeiro.”
O presidente do Proderj lembrou que a instituição, em seus editais de licitação, exige que a empresa vencedora possua escritório no Rio de Janeiro. “É uma forma de garantir mais empresas no estado e maior geração de empregos”, explicou Paulo Coelho. Ele lembrou ainda a fala do governador Sérgio Cabral, que “o Rio tem a cara de software” e que a economia criativa, a presença das principais emissoras de televisão e os grandes eventos esportivos devem ser um incentivo para que o estado se desenvolva e volte a ser o polo de TI no Brasil.
Além dos investimentos de ordem material, é necessário investir também na qualificação de mão de obra. De acordo com o presidente do Conselho Deliberativo da Riosoft, John Forman, é preciso inserir essa capacitação no atual ensino médio e ensino técnico. “A TI demanda muita dedicação, e os jovens podem ajudar a desenvolver o setor. É preciso ensinar nas escolas além de editores de texto e navegação na internet, conceitos básico da programação, por exemplo, para trazer esses jovens para as diversas carreiras da tecnologia da informação”, declarou Forman.
Para o deputado estadual Gustavo Tutuca, que presidirá a Frente Parlamentar, existem grandes desafios para os deputados debaterem como a questão da infraestrutura, com o debate de custo e qualidade de banda larga; falta de mão de obra e capacitação; e que conteúdo será disponibilizado aos usuários. O deputado destacou ainda que é preciso envolver as prefeituras do interior e da Baixada Fluminense para o desenvolvimento do Rio de Janeiro. “A maioria não possui nem secretaria de Ciência e Tecnologia e essa realidade precisa mudar. É preciso consciência da importância da TI na economia e para a melhor gestão dos governos e vida dos cidadãos”, concluiu o deputado.
Representando o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, o subsecretário Júlio Lagun destacou que o sentido de informática se pulverizou e que o Rio de Janeiro está vivendo um momento ideal para agregar toda essa pluraridade da TI. Ele criticou ainda a burocracia como um entrave para o desenvolvimento do setor.
Texto: Priscila Thereso