<<01.jpg | | left>>As análises do Ibope Apesar das barreiras que ainda impedem
a disseminação do uso da Internet no Brasil, os meios eletrônicos já se consolidam como uma efetiva opção de compra e venda de produtos e serviços nas diversas regiões do país. É o que revelam os estudos apresentados durante o I Fórum de Negócios Eletrônicos. O evento foi realizado pelo Sindicato das Empresas de Informática do Estado do Rio de Janeiro (SEPRORJ), na segunda-feira, para dar início a uma série de discussões e análises sobre o impacto da adoção de Tecnologias de Informação e Comunicação nos negócios, com base nos indicadores apresentados e nos casos de sucesso colecionados por vários segmentos da economia. “A idéia é ampliar a discussão, no Rio de Janeiro, dos temas ligados à tecnologia”, afirmou o presidente do SEPRORJ, Benito Paret, na abertura do fórum, que contou ainda com a participação do Assessor da Diretoria de Pesquisa do IBGE, Roberto Sant’Anna; do Secretário de Logística e Tecnologia de Informação, do Ministério do Planejamento, Rogério Santanna (que também é do CGI Brasil); do
Diretor do Seprorj e membro do CGI, Henrique Faulhaber; e da Diretora Executiva do Ibope, Fábia Juliasz.
IBGE: módulo para aferir o acesso à tecnologia
As transações eletrônicas ainda não chegam a 3% do comércio varejista no Brasil, mas sinalizam um demanda crescente. Esta constatação levou o IBGE a pesquisar o uso das tecnologias de informação e comunicação nas empresas e a introduzir um módulo específico na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), no ano passado. A primeira divulgação está prevista para setembro deste ano.
Os dados da PNAD de 2005 revelam que ainda há um longo caminho a ser trilhado para que o Brasil entre de vez na era virtual. Enquanto 90% dos domicílios pesquisados (130 mil) contam com aparelhos de televisão, apenas 16% deles são equipados com microcomputadores.
O acesso à tecnologia está diretamente relacionado à renda. Entre aqueles que ganham até dez salários mínimos, apenas 9,3% têm computador e 5,9%, acesso à Internet.
Nos domicílios em que a renda é superior a 20 salários, esse percentual sobe, respectivamente, para 79% e 72%. “Na área rural, o acesso à Internet ainda é irrisório e o meio de comunicação mais forte é o rádio”, afirmou Sant’Anna.
e os contrastes brasileiros
Os dados revelam um país de contrastes também na área tecnológica. Longe de alcançar a tão sonhada inclusão digital, o Brasil é, desde junho passado, líder mundial do uso proporcional de sites oficiais, com 42,8% dos usuários residenciais. Para se ter uma idéia, os Estados Unidos estão em quarto lugar, com 37,6%. O Brasil é líder também no tempo de navegação por pessoa: 27 horas por mês.
Os números são do Ibope, que analisa as tendências em mídias digitais diariamente, monitorando o comportamento de 5 mil internautas em todo o país, por meio de um software instalado nos microcomputadores – a pessoa se identifica quando liga o computador e seu tráfego passa a ser acompanhado pelo sistema.
Este trabalho
revelou mudanças significativas em 2005. Já a partir de janeiro, o índice de usuários de banda larga superou pela primeira vez no Brasil os de linha discada, chegando a 63% do total e aumentando o tempo de navegação. O setor mais beneficiado foi o de Viagens e Turismo, com um crescimento de 93% na audiência. O comércio eletrônico cresceu 18% em dezembro, comparado ao mesmo mês de 2004. “Esses dados mostram que a Internet é um instrumento efetivo para melhorar o dia-a-dia das pessoas”, disse Fábia Juliasz.
Empresas apostam no comércio pela web
Os dados da pesquisa realizada pelo CGI revelam: 44% das empresas consultadas e 76% das empresas com mais de mil funcionários fizeram pedidos para a compra de produtos ou serviços via e-mails digitados manualmente, em 2005. O percentual de pedidos feitos via internet sobre o total das compras, excluindo os impostos, foi de 25% ou mais, em 15% das empresas consultadas.
As empresas também estão vendendo mais pelas vias eletrônicas:
58% das empresas pesquisadas receberam pedidos via e-mails digitados manualmente no mesmo período, e 28% receberam pedidos por outros meios, via internet.
Os benefícios mais apontados pelas empresas para o uso dessa ferramenta para gerar negócios são: menor custo (74%); manter o passo com a concorrência (73%); mais qualidade de serviços para o consumidor (70%) e tempo de transação reduzido (68%).
A pesquisa traz ainda uma informação importante para a definição de políticas públicas de inclusão digital: a grande barreira ao uso do computador é a falta de recursos da população para comprar o equipamento e pagar pelo acesso à Internet. “Quando o preço cai, aumenta a decisão de consumo. Se fosse cobrado R$ 10,00 mensais pelo acesso, por exemplo, 72% dos pesquisados estariam dispostos a pagar”, analisou Rogério Santanna.
Fórum apresenta casos de sucesso Henrique Faulhaber, ao centro, com os representantes das empresas.
A cada ano que passa, a Internet ganha mais
confiança dos brasileiros como uma eficaz ferramenta de negócios. No I Fórum de Negócios Eletrônicos, quatro empresas apresentaram suas histórias de sucesso, em segmentos diversas da economia. A mesa foi mediada pelo diretor do SEPRORJ e membro do CGI, Henrique Faulhaber.
Ágora Corretora
Maior corretora de valores do Brasil, a Ágora tem 31% de participação no home broker (compra e venda de ações pela Internet) da Bovespa. No ano passado, foram negociados por este sistema R$ 40 milhões por 35 mil pessoas físicas. “Estes dados mostram a confiabilidade no sistema”, avaliou Guilherme Horn, Diretor de Tecnologia da Ágora. Em janeiro deste ano, foi observado um pico de 7,2 mil acessos simultâneos ao home broker.
FGV Online
A Fundação Getúlio Vargas faz uso da tecnologia para disponibilizar seus produtos e serviços aos alunos dos cursos de MBA em todo o país. Segundo Felip
Fonte: Jornal OGlobo, 23/03/2006