Dicas de como atender rapidamente à Lei de Resíduos Sólidos

Regulamentação nacional está em vigor no Brasil desde 23/12. Advogado lista ações rápidas para evitar multas e efetivar a coleta de lixo eletrônico.

Investir em ações para orientar os consumidores sobre o descarte correto do lixo eletrônico pode trazer mais resultados que correr o risco de levar multas pelo não cumprimento da Lei de Política Nacional de Resíduos Sólidos, que acaba de entrar em vigor. O alerta é do advogado Vladimir Silveira, do escritório Advocacia Ubirajara Silveira, que dá algumas sugestões para as companhias de TI e telecom se adequarem rapidamente às novas normas com a participação dos clientes e evitar transtornos.

Alguns Estados brasileiros, como o de São Paulo, já contatavam com esse tipo de regulamentação que agora passa a valer em todo o País, exigida pelo governo federal, que aprovou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela lei nº 12.305 de 2 agosto de 2010. A medida foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva por meio de decreto em 23/12, data em que entrou em vigor.

Pela nova regulamentação, fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes são responsáveis pelo ciclo de vida dos produtos. A lei também cria obrigações para os órgãos públicos de limpeza urbana e para os consumidores. Todos estão sujeitos a multas pelo não cumprimento da norma. As infrações variam de 500 reais a 10 milhões de reais.

São considerados resíduos sólidos as partes e peças de bens de consumos, como computadores, celulares e eletrônicos, que após o uso se transformam em lixo perigoso que causa danos tanto ao meio ambiente como à população.

A nova lei obriga as indústrias e toda sua cadeia de fornecimento a gerenciar esses materiais, adotando medidas para a destinação correta e implementação de coletas seletivas para receber esses resíduos sólidos para reutilização ou reciclagem.

Os consumidores também são obrigados a cumprir a nova lei, devolvendo seu lixo eletrônico para a indústria por meio das coletas seletivas quando elas forem adotadas. A devolução tem de obedecer às regras de acondicionamento, separação e descarte. Os usuários infratores estarão sujeitos às penalidades de advertência. No caso de reincidência, esses consumidores pagarão multa de 50 reais a 500 reais depois que toda a logística de devolução de resíduos sólidos estiver em operação.

Como obedecer à lei

O advogado Vladimir Silveira considera que a lei brasileira é um avanço, pois incorporou padrões que são adotados pela Europa e outros mercados que estão mais adiantados nessas questões ambientais. Ele afirma que o não cumprimento terá implicações legais e aconselha as empresas, principalmente as de TI, que geram muito lixo eletrônico, a investirem em campanhas para informar aos seus consumidores como obedecer às regras.

Segundo o advogado, a lei veio para ficar e as empresas precisam se adequar às novas regras, pois esse é um movimento internacional e que não há jeito de ficar de fora dele. “É importante informar ao consumidor o que ele deve fazer com o celular velho quando adquire outro novo”, diz Silveira. Ele observa que muitos acabam deixando os telefones velhos na gaveta em casa porque não saber onde há locais para coleta e alguns até se livram do equipamento antigo, jogando no lixo comum.

Confira a seguir as dicas do advogado para sua empresa ficar compliance com o meio ambiente:

1- Crie um site para cadastro do lixo eletrônico

Para que os aparelhos retornem à indústria com maior participação dos consumidores, o advogado aconselha as fabricantes a criarem sites, orientando não apenas sobre os endereços de coleta, mas que permitam com que eles se cadastrem e informem onde há lixo eletrônico para ser recolhido. Nesse caso, a empresa poderia colocar motoboy para buscar esses aparelhos para reaproveitamento.

Como essa operação vai gerar custos, Silveira sugere que as empresas façam parcerias e envolvam associações nesse processo, como por exemplo, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).

2- Aumente os pontos de coletas coletivas 

Em vez de pontos de coletas individuais, as empresas podem se unir e criar locais juntas com apoio da Abinee. Segundo Silveira, a parceria ajuda a aumentar o número de postos com custos rateados.

3-Faça programas de inclusão digital

As empresas devem informar ao consumidor como os resíduos sólidos que ele devolveu para a indústria está sendo reaproveitado. Muitos dos equipamentos podem ser consertados e doados para escolas ou entidades carentes. A população pode sugerir nomes de estabelecimentos de ensino ou associações de seu bairro para entrar na lista dos beneficiados. É uma forma de envolvê-las nessa operação. Silveira observa que é importante as pessoas saberem que não estão apenas gerando lixo, mas também participando do processo de inclusão digital no Brasil.  

4- Lance campanhas de conscientização

Como o movimento de sustentabilidade está ganhando força no mundo, os consumidores tendem a comprar produtos de empresas que adotam política para proteger o meio ambiente, utilizando matéria-prima adequada e processo de fabricação verde. Por isso, é importante investir em projetos e campanhas de para informar as ações adotadas para cumprimento da lei.

5- Busque apoio para pesquisa e desenvolvimento

As empresas serão obrigadas a investir pesado em pesquisa e desenvolvimento para produzir produtos verdes. Para encurtar esse caminho, elas podem fazer parcerias com centros de pesquisas de universidades e incentivar os estudantes a desenvolverem teses e estudos sobre temas ligados à sustentabilidade.

Site: Computerworld
Data: 17/01/2011
Hora: 7h30
Seção: Gestão
Autor: Edileuza Soares
Link: http://computerworld.uol.com.br/gestao/2011/01/14/lei-deve-unir-empresas-e-usuarios-no-desafio-do-lixo-eletronico/

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