
Enquanto os avanços em cloud computing e inteligência artificial (IA) facilitaram o desenvolvimento de aplicativos, o mercado está mais competitivo do que nunca, com um abismo crescente entre os apps bem-sucedidos e os que não conseguem se destacar. É o que revela o relatório State of Subscription Apps, que analisou mais de 75.000 aplicativos, somando mais de US$ 10 bilhões em receita.
Os aplicativos que utilizam IA estão se destacando no mercado. Segundo o relatório, esses apps geram, em média, US$ 0,63 por instalação após 60 dias, o que representa o dobro da média da indústria, de US$ 0,31. Esse desempenho superior mostra o potencial de monetização de soluções que integram tecnologias de inteligência artificial.
Assinaturas não são mais suficientes – O estudo também aponta que 35% dos aplicativos agora combinam assinaturas com outras formas de monetização, como compras avulsas ou pagamentos vitalícios. Essa estratégia tem se mostrado necessária para aumentar a receita e manter os usuários engajados, já que a taxa de cancelamento de assinaturas é alta: quase 30% das assinaturas anuais são canceladas no primeiro mês.
Preço x retenção – Outro dado relevante é que aplicativos com preços mais acessíveis têm taxas de retenção significativamente maiores. Apps mais baratos retêm 36% dos usuários após o primeiro ano, enquanto assinaturas mensais caras retêm apenas 6,7%. Isso indica que a estratégia de preço pode ser decisiva para o sucesso de um aplicativo.
O relatório também destaca a enorme disparidade entre os aplicativos mais bem-sucedidos e os menos lucrativos. Os 5% melhores apps faturam mais de 400 vezes do que os 25% inferiores. Enquanto os apps de elite geram mais de US$ 8.888 no primeiro ano, os menos lucrativos não passam de US$ 19.
Custos variam por região e plataforma – Os custos por usuário pago variam significativamente entre regiões e plataformas. No Android, a categoria “Utility & Productivity” se destaca como uma das mais caras, especialmente na América do Norte e na Europa Ocidental. Já na Austrália e Nova Zelândia, a categoria “Generative AI” lidera, com custos que ultrapassam US$ 40 por usuário.
No iOS, a dinâmica é semelhante, mas com algumas diferenças. “Books & Reference” e “Utility & Productivity” lideram os custos na maioria das regiões, com destaque para a América do Norte e a Europa Ocidental. Já em mercados emergentes, como o subcontinente indiano e partes da América Latina, categorias como “Health & Fitness” e “Business” estão ganhando relevância.
O relatório State of Subscription Apps deixa claro que, embora criar um aplicativo esteja mais acessível do que nunca, o sucesso no mercado exige estratégias bem pensadas de monetização, preço e engajamento. Enquanto os apps de IA e aqueles que combinam diferentes modelos de receita estão se destacando, a concorrência e a alta taxa de cancelamento de assinaturas mostram que o caminho para o sucesso é desafiador.
Para os desenvolvedores, a mensagem é clara: além de inovar, é essencial entender as preferências do público e as dinâmicas regionais para criar aplicativos que não apenas atraiam usuários, mas também os mantenham engajados e dispostos a pagar pelos serviços oferecidos.
Texto: Redação TI Rio