Banco Mundial diz que a Lei de Informática não deu certo no Brasil

O avanço das tecnologias, do acesso à internet e dos negócios digitais, ainda que em escala global, não são suficientes para garantir que os países em desenvolvimento se aproximem dos mais ricos. Como aponta um relatório do Banco Mundial sobre dividendo digital, apresentado nesta quinta-feira 7/4, ao governo brasileiro, cobrir o hiato exige novas estratégias.

“Embora a internet, celulares e outras tecnologias digitais se espalhem rapidamente no mundo em desenvolvimento, os dividendos digitais previstos de maior crescimento, mais empregos e melhores serviços públicos continuam aquém das expectativas e 60% da população mundial continuam excluídos da economia digital em expansão contínua”, aponta o Banco Mundial.

Como de costume, o relatório da instituição ressalta a necessidade de ambiente favorável aos negócios, com trabalhadores qualificados e regras pró concorrência. E é claro que a infraestrutura continua fundamental, notadamente em se tratando de acesso a internet “economicamente viável, aberta e segura”.

Mas como destacou o professor do MIT ,Timothy Sturgeon, no debate no Ministério do Planejamento, o Brasil precisa mudar o foco de sua estratégia, ou mesmo de sua política industrial. Para ele, a lógica da Lei de Informática, na criação de uma indústria integrada nacional de harware, dá sinais claros de ter falhado diante dos déficits tanto em componentes como produtos finais. “Não funcionou”, disse.

“O pessoal aqui investe no mercado local. Precisa mudar o foco. E no lugar de apoio a indústrias nacionais verticalmente integradas e centradas em componentes e hardware, para um modelo onde elas são verticalmente especializadas e globalmente integradas, focadas em plataformas inovadoras sistemas, software e serviços”, resumiu Sturgeon.

Estudos

A julgar pela posição apresentada pelo governo no debate desta quinta, uma nova estratégia ainda está em gestação. “A gente criou um grupo do MDIC com MCTI, BNDES, Finep e ABDI, e queremos responder quais os setores serão mais afetados pela quarta revolução industrial no Brasil, quais os nichos em que o paús teria competência nessa nova onda, qual impacto dos setores que serão varridos ou renascidos na nova realidade. E o que seria uma estratégia nacional de manufatura avançada para o país”, disse o secretário de inovação e novos negócios do MDIC, Marcos Vinícius de Souza.

Segundo ele, países como Estados Unidos, China, Alemanha e Coreia estão montando suas estratégias e nenhuma delas é igual. Daí a importância de ter as respostas nacionais sobre quais as tecnologias temos competências de alcançar os mais avançados, quais setores devem ser estimulados, o que precisa mudar no quadro regulatório e, claro, como qualificar os recursos humanos. Mas é um trabalho ainda em andamento.

 

Site: Convergência Digital
Data: 07/04/2016
Hora: —–
Seção: Governo
Autor: Luís Osvaldo Grossmann
Foto: ——
Link: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?UserActiveTemplate=site&infoid=42064&sid=7

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