O governo Dilma Rousseff promete divulgar ainda neste mês de julho uma nova política industrial para o país. Ela virá para substituir a Política de Desenvolvimento Produtivo, a PDP, lançada pelo Governo Lula. Entre as medidas que estão sendo costuradas estão a concessão de benefícios fiscais para a cadeia produtiva e a desoneração da folha de pagamento.
Para o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, as novas medidas são bem-vindas, mas ele diz que o governo deveria ter mais ousadia, considerando os problemas que a indústria de transformação brasileira tem enfrentado frente sua exposição aos produtos importados, devido à absurda valorização cambial. “Há uma timidez muito grande para tomar providências que, em tese, poderiam resultar em perda de receitas”, diz.
Barbato acrescenta que o caso dos computadores deve ser estudado com profundidade, já que, a partir da desoneração promovida pela Lei do Bem, em 2004, a arrecadação do governo não caiu. “Pelo contrário, o governo arrecadou mais, por conta do aumento das vendas legais e a diminuição do mercado cinza de PCs”, afirma.
Outro ponto visto com bons olhos por Barbato é a redução dos encargos salariais. No entanto, segundo ele, esta medida deveria ter efeito mais imediato. “Zerar a contribuição patronal em quatro anos – como está sendo proposto – é um prazo longo demais”, sustenta.
Para ele, é fundamental que sejam adotadas medidas para diminuir custos da indústria para compensar os prejuízos causados pelo real valorizado. Em relação à ideia do governo de recriar a CPMF ou aumentar a alíquota da Cofins para compensar perdas de arrecadação da Previdência, o presidente da Abinee rechaça qualquer tipo de aumento de impostos que onere o custo de produção.
Site: Convergência Digital
Data: 13/07/2011
Hora: 16h32
Seção: Negócios
Autor: ——
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